DJ mineiro reúne em vinil músicas que marcaram Carnaval da cidade

Vanessa Perroni / Hoje em Dia
07/02/2015 às 14:04.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:56
 (Frederico Haikal)

(Frederico Haikal)

“Dizem que a Tetê é uma santa/ que faz milagre e coisa e tal / mas milagre mesmo, minha santa / é BH ter Carnaval”. Profetizado nos versos da marchinha que embalou os foliões do bloco “Tetê, a Santa” em 2010, o que seria um sonho se tornou realidade na capital mineira. Tanto que essa e outras 18 canções que marcaram a grande festa popular na cidade nos últimos cinco anos foram registradas em vinil pelo selo Vinyl Land.

Idealizada pelo DJ Luiz Valente, que atua na cena musical belo-horizontina há mais de uma década, a coletânea “Deita no Cimento – Músicas do carnaval de rua de Belo Horizonte 2009-2014” é um convite para viajar no tempo pelas ladeiras de “Belô”. “O disco vem em uma hora oportuna, com a proposta de fortalecer essa retomada do carnaval de rua em BH”, diz o DJ.

A curadoria do álbum ficou a cargo do historiador e músico Guto Borges, da banda Dead Lover’s Twisted Heart, que pinçou canções que tomaram o asfalto nesse período. “Tentamos fazer um percurso histórico com canções que funcionaram nas ruas. Por isso, as letras falam da cidade vista pelo olhar do caminhante que está no bloco de carnaval”, explica o curador.

O lançamento do LP, marcado para a próxima terça-feira, resgata uma antiga tradição da capital. “Antigamente, havia os vinis com os sambas-enredo do ano. Mergulhado nos sebos da cidade, encontrei vários, como o ‘Balança Belô’. A coletânea de agora vem nessa onda”, registra Luiz.

Acervo

À frente do selo Vinyl Land, o DJ afirma que essa iniciativa também vem suprir uma necessidade de profissionais que tocam na noite. “Um dos principais motivos para montar o selo e fazer a coletânea é termos esse material contemporâneo para discotecar nas festas, pois o vinil é, muitas vezes, nosso instrumento de trabalho”, justifica.

Canções de blocos como “Manjericão”, “Alcova Libertina”, “Então Brilha”, e “Pena de Pavão de Krishna” figuram no álbum duplo. Com 500 cópias prensadas no Brasil, o disco será comercializado por R$ 50 na pré-venda e R$ 60 após o lançamento. O custo da produção, afirma Luiz, foi de R$ 25 mil.

“O acabamento é dos melhores, e o disco é duplo. Com 500 cópias, um vinil simples sairia por R$ 12 mil”, compara o DJ, que para viabilizar a produção contou com verba de lei de incentivo à cultura.

O nome do disco, “Deita no Cimento”, é uma brincadeira com o carnaval urbano. “Temos no imaginário o Carnaval do Rio de Janeiro, com praias e areia. Esse nome marca uma festa na cidade. Além de ser o ‘grito’ de um dos blocos”, comenta Luiz.

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