Dona Onete mostra novo disco no BH Music Station

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
25/08/2016 às 17:13.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:33
 (Lais Teixeira/Divulgação)

(Lais Teixeira/Divulgação)

O público já estava com saudade. Após um hiato em 2015, o BH Music Station volta a ser realizado em meio à infraestrutura do metrô de Belo Horizonte. Serão duas edições, 27 de agosto e 3 de setembro, com shows dentro dos vagões, em estações do metrô e na estação Oficina (Contagem), onde os vagões são concertados. 

Na edição deste fim de semana, uma das atrações mais importantes é a cantora paraense Dona Onete, que acaba de lançar o disco “Banzeiro” (Ná Music/Natura Musical). A rainha do carimbó se apresenta no palco principal à 1h da madrugada, mostrando para o público os ritmos dançantes da região de Belém. 

Segundo a artista de 77 anos, esse seu segundo álbum tem uma sonoridade diferente de seu debute fonográfico, “Feitiço Caboclo” (2012). “No primeiro trabalho, procurei mostrar tudo que eu poderia fazer, com músicas de vários ritmos, de negros e de índios. No segundo disco, já puxei para o lado caboclo, com foco maior para a nossa história, nossa cultura, nosso linguajar”, conta a cantora e compositora.

Entre os ritmos apresentados aqui, está o banguê, que ela costumava ouvir em sua infância, quando morou em  Igarapé-Miri. “Nessa época, negros que trabalham nos engenhos vinham ao Pará para vender produtos feitos de cana-de-açúcar. A escravidão havia sido abolida, mas eles ainda viviam nas mãos do patrão. E passavam pela nossa casa cantando uma ladainha em diferentes vozes. Lembrei disso e misturei na minha música”.

Há cinco anos, Dona Onete vem vivenciando o sucesso, com viagens para cidades brasileiras e de outros países. Com o carimbó em alta, sua agenda está movimentada. “Tudo mudou. A ficha ainda não caiu e faço tudo para não cair. Quero continuar sendo Dona Onete, a senhora de 77 anos que canta para jovens e crianças”, diz. 

Trem

Uma locomotiva canadense da década de 50 irá compor o cenário da oitava edição do BH Music Station. A máquina estará posicionada depois da estação Eldorado, na estação Oficina - local onde serão montados os palcos para o festival. 

Todo o público deverá entrar no evento pela Estação Central, a partir das 23h45, quando todos os trens pararam de trafegar pelo sistema da CBTU. As pessoas serão levadas até os palcos de metrô e poderão conferir shows dentro do trajeto. 

Além de Dona Onete, o evento conta, neste sábado (27), com Nação Zumbi e a Festa Noite Maravilhosa. Os ingressos custam R$ 100 e R$ 50 (meia-entrada). 

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