Drama social com Catherine Deneuve abre o Festival de Cannes

AFP
13/05/2015 às 16:24.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:00
 (AFP / Divulgação)

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Cannes, França - Um filme da diretora francesa Emmanuelle Bercot, com Catherine Deneuve no papel de uma juíza de menores que tenta salvar um jovem do mundo do crime, abre nesta quarta-feira, 13, o Festival de Cannes 2015, que em sua 68ª edição destaca um olhar mais feminino, social e intimista. "La tête en haut", da cineasta francesa de 47 anos, não disputa a Palma de Ouro, mas esta é a primeira vez em 30 anos que um filme de uma diretora abre o festival, que tem um início com menos glamour que nos últimos anos, com as atenções voltadas para a realidade social dura, mas com uma ponta de esperança.

No filme, a diretora acompanha a vida, dos 6 aos 18 anos, do jovem Malony, um delinquente violento mas frágil, interpretado com brilho pelo novato Rod Paradot. O filme, com momentos sombrios, mas com esperança, mostra os esforço da juíza (Catherine Deneuve) e de um professor (Benoît Magimel, prêmio de interpretação em Cannes por "O Pianista" em 2001) para salvar o jovem, que passou a infância entre adoções e centros de correção, ante a incapacidade de sua mãe (Sara Forestier), ua viciada em drogas, de cuidar dos filhos.

Bercot descreveu o longa-metragem como um "filme documental e de ficção", que não provocou nenhum entusiasmo na exibição para a imprensa.
Para Deneuve, o filme tem o "objetivo interessante" de mostrar o trabalho de juízes e educadores, mas ela tem consciência de que "não é possível salvar todos os jovens em dificuldades".


Dramas Sociais

A musa de Luís Buñuel em "A Bela da Tarde" e "Tristana", que trabalha com Bercot pela segunda vez, considera que a escolha do filme para a abertura de Cannes "é uma resposta do festival a um ano difícil" na França. Para aqueles surpresos com o tom social do festival em 2015, a programação não faz mais do que refletir uma realidade, segundo o presidente do evento, Pierre Lescure.

"Hoje, a realidade social francesa, que é um pouco mundial, inspira os diretores", afirmou. Isto aconteceu na época da guerra do Vietnã, que inspirou alguns dos melhores filmes de guerra e que integraram a programação de Cannes na época, recordou. Bercot é uma das três diretoras francesas presentes este ano em Cannes, ao lado de Maïwenn e Valerie Donzelli. As duas últimas estão na disputa pela Palma de Ouro. Cinco filmes da mostra competitiva são franceses e três da Itália, com direito aos trabalhos mais recentes de dois diretores assíduos do festival, Nani Moretti e Paolo Sorrentino.

Os outros filmes na mostra oficial vêm do México, Estados Unidos (2), Grécia, Taiwan, China, Japão, Austrália, Hungria, Noruega e Canadá.
A competição oficial começa na quinta-feira com as exibições do italiano "Il raconto dei racconti", de Matteo Garrone, com a mexicana Salma Hayek como protagonista, e do japonês "Umimachi Diary", de Koreeda Hirokazu. 

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