"Draw My Life": histórias pessoais em desenhos infantis dominam o YouTube

AFP
13/09/2013 às 11:11.
Atualizado em 20/11/2021 às 12:22

PARIS - Há alguns meses, os vídeos "Draw My Life" inundam o YouTube: jovens contam sua vida em desenhos infantis, revelando muitas vezes uma infância e uma adolescência tristes.

Este fenômeno de contar sua vida íntima através de desenhos explodiu a partir de abril na internet, tanto nos Estados Unidos quando em Espanha, Alemanha e Grã-Bretanha.

Na França, o "Draw My Life" se popularizou e acaba de alcançar o topo dos mais acessados no YouTube France, indicou o site Google Tendências.

O "Draw My Life" registra mais de 50% de buscas no YouTube mundial, onde já circulam mais de 2,8 milhões de vídeos do tipo.

A moda de relatar sua vida por meio de desenhos foi lançada em janeiro por Sam Pepper, um jovem "YouTuber" (autor de vídeos colocados no YouTube) britânico, que decidiu contar episódios de sua infância e adolescência por meio de desenhos.

Rapidamente foi imitado por usuários famosos do site, como os humoristas americanos Shane Dawson e Anthony Padilla (membro da dupla Smosh, n°2 mundial no YouTube) e o sueco PewDiePie (n°1).

O estilo de "Draw My Life", onde as biografias são resumidas em traços muito simples, cria uma cumplicidade com o internauta, que se identifica com o autor do vídeo.

São necessários apenas uma caneta, algumas folhas de papel ou um quadro para contar sua vida, em voz off, em um vídeo de cinco a 20 minutos.

A única imagem viva é a mão do autor, que desenha seus rabiscos e figuras de pauzinhos, para resumir os eventos mais importantes de sua vida.

O tom é sempre neutro, frequentemente irônico, mas muitas das confissões são bastante dramáticas, evocando uma infância e adolescência tristes.
    
Muitos contam o divórcio de seus pais, ou momentos tristes, difíceis de sua adolescência. Alguns acrescentam lágrimas, soluços.

Para muitos destes "YouTubers", cujas idades oscilam entre 17 e 25 anos, é como se o canal YouTube, que viram nascer em 2005, mudasse sua vida, ao permitir a forma de alívio. Encontram na internet uma maneira de expressar seu mal-estar e talvez, inclusive, uma espécie de remédio para seus males.

A humorista britânica Shane Dawson, de 25 anos, desenha seu pai violento e expressa com rabiscos como seus problemas de sobrepeso tornaram sua infância e adolescência difíceis.

Anthony Padilla, também de 25 anos, descreve sua extrema timidez e seus ataques de pânico. E Ryan Higa (pseudônimo NigaHiga), de 23 anos, confessa na rede que sua obesidade infantil o impediu de ter amigos na infância e fez com que sua autoestima desabasse.

Já Pew DiePie, um famoso jogador de 23 anos - o mais seguido na rede - narrou sua infância cheia de tristezas em um vídeo no YouTube. Sua biografia em desenhos foi visualizada nove milhões de vezes até agora.

"Como se sabe tudo deles, de sua infância, sua casa, sua família, seus amigos, é fácil se identificar com eles. Falam conosco diretamente, tenho a impressão de que são meus amigos", resume Ofelia, de 15 anos.

Os "Draw My Life" terminam frequentemente com uma mensagem de esperança, afirmando que "é possível seguir adiante" e que "não se pode desanimar".

No Brasil também já virou moda. Confira o "Draw My Life" do PC Siqueira:
 

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