Duas décadas depois, terceiro 'Bad Boys' busca reanimar série policial

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
29/01/2020 às 08:34.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:27
 (Divulgação)

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O tempo não fez bem à dupla de policiais Mike e Marcus. Apesar de a trama tirar proveito da questão da idade (o primeiro virou uma espécie de “tiozinho” e o segundo só pensa em sair da ativa), a distância deste “Bad Boys Para Sempre”, em cartaz a partir de amanhã nos cinemas, para o predecessor, lançado em 2003, levou a química ente os atores Will Smith e Martin Lawrence – principal ingrediente da franquia – à era glacial.

A dobradinha, que se pautou, nos filmes anteriores, pelo bom-humor provocado pelo medo de um (Marcus) e do atrevimento do outro (Mike) em momentos capitais, custa a esquentar neste reencontro, só rendendo sequências divertidas na meia hora final, quando estão em missão no México. Uma informação inédita sobre a biografia do personagem de Smith é a deixa para boas gags e para uma reviravolta na narrativa.

O que acontece antes se torna um longo e aborrecido prelúdio, abrindo muito espaço para sequências de cartão-postal de Miami, aliadas à música em alto volume, marca registrada do produtor Jerry Bruckheimer – sinônimo de altas bilheterias nas décadas de 80 e 90, como “Um Tira da Pesada” e “Flashdance, em Ritmo de Embalo”. Na verdade, o texto exibe um grande buraco nos 17 anos que separam o segundo longa-metragem e “Para Sempre”. 

Tirando algumas piadas sobre idade, Mike e Marcus carregam a mesma personalidade, como se a passagem do tempo não tivesse exercido nenhum efeito na vida deles. O que vale também para a proposta do filme. Sem repetir a mesma química de Lawrence e Smith, o esqueleto da história fica exposto, tornando-se mais uma fita policial com toques cômicos protagonizada por opostos – vide “Máquina Mortífera”.

Por falar no filme com Mel Gibson e produzido por Joel Silver (maior concorrente de Bruckheimer, com títulos como “Duro de Matar” e “O Predador”), o terceiro “Bad Boys” emula descaradamente esta franquia, dos óculos que Marcus tem que usar à necessidade de estereotipar estrangeiros, sempre no posto de vilões. Ver o produtor (e diretor dos longas anteriores) Michael Bay comandando uma festinha de casamento é a síntese deste déjà vu.

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