
O disco “Plano de Voo” nasceu de um convite inusitado, quando o duo mineiro O Grivo foi convidado a apresentar, dentro da programação de um festival cearense dedicado a fotografias, trilhas sonoras concebidas para imagens estáticas.
“Como o prazo era apertado, buscamos fotografias de artistas plásticos que conhecíamos, já que tínhamos que viabilizar a questão dos direitos autorais rapidamente”, salienta Nelson Soares, que forma o grupo ao lado de Marcos Moreira.
Entre os que aceitaram ceder os próprios trabalhos estão nomes como Cao Guimarães, Rosân-gela Rennó, Rivane Neuenschwander, Pedro Motta e Fábio Cançado, muitos deles parceiros de O Grivo em diversas obras.
“Desta seleção saíram fotos que têm uma proposta mais documental, como as feitas por Rosân-gela Rennó em torno de cicatrizes, até trabalhos mais abstratos. As características delas inspiraram o processo de composição”, registra Soares.
Com Cao Guimarães, um dos parceiros mais frequentes, para quem fizeram as trilhas de vários filmes, também saiu o título do CD, “Plano de Voo”, que também batiza uma série fotográfica do artista mineiro.
“É um título bem sugestivo, pois é um convite a voar”, analisa Soares. As músicas ganharam tanta independência de suas fontes de inspiração que, em shows, elas podem ou não emoldurar as características músicas do grupo.
Um catálogo digital, com fotos, vídeos e informações sobre os instrumentos utilizados na gravação do CD, será disponibilizado em plataforma digital, a partir do próximo mês
Experiências
O trabalho de O Grivo se debruça sobre experiências musicais, com a improvisação sendo um elemento importante. “Quando exibimos no telão um material editado, a apresentação acaba sendo mais ensaiada. Sem ele, cada peça pode durar mais ou menos”.
Criada em 1990, a dupla mineira tem como característica principal a exploração de sonoridades em instrumentos tradicionais, modificados e eletrônicos. No caso de “Plano de Voo”, estas máquinas e objetos estarão disponíveis num catálogo online.