(Dudu Maroja)
Nos dois primeiros discos da dupla paraense Strobo, a música eletrônica ganhou uma boa influência do rock. Mas no terceiro trabalho, “Mamãe Quero Ser Pop” (Natura Musical), Arthur Kunz e Leo Chermont vão além, colocando as sonoridades de Belém como as principais referências.
Uma música para cima, dançante, que atrai tanto quem curte batidas eletrônicas em raves como quem se aventura pela riqueza sonora de Belém. “Vivemos a realidade da música paraense no nosso dia a dia tocamos e trabalhamos com vários artistas da cidade como dona Onete, Felipe Cordeiro, Mestre Vieira, Metaleiras da Amazônia. Assim fica real se apropriar dessa sonoridade para a sua desconstrução”, conta o guitarrista Leo Chermont.
A mistura aconteceu naturalmente, em gravações feitas aos poucos nos estúdios dos dois músicos. “A música eletrônica tem vários caminhos e o nosso é testar qualquer tipo de sonoridade que nos agrade. Vivemos em Belém e somos felizes de ter uma cidade tão rica musicalmente que pode nos proporcionar experimentos sonoros com ritmos da nossa região”, completa.
Dois mundos
O bacana de trafegar em dois universos – das raves e das casas abertas a shows de guitarrada e carimbó – é que o Strobo consegue apresentar novidades para diferentes tipos de ouvintes. “Sempre fomos bem aceitos pelo público eletrônico, que procura por artistas que lidam com seus anseios e verdades no palco”, diz Chermont. “Em Belém, podemos fazer com que os jovens e um público mais urbano conheça mais suas raízes e de onde vieram. Acabamos nos tornando uma ponte”.
O guitarrista explica que o contato com a música regional não se deu na infância, mas com a vida profissional, quando começou a tocar profissionalmente.
“Em Belém, temos uma quantidade enorme de mestres da cultura popular vivos e eles são a fonte da música que vem sendo exportada para o eixo RJ-SP. Aprendemos mais do que em qualquer escola de música”, explica.
Ouça em bandastrobo.com