Editor da 'Rolling Stone' deixa revista após reportagem falsa sobre estupro coletivo

Folha Press
30/07/2015 às 17:57.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:09
 (Reprodução)

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O editor-executivo da edição americana da revista "Rolling Stone", Will Dana, anunciou que deixará a revista em 7 de agosto. A saída acontece meses após uma reportagem sobre um estupro coletivo que se revelou falsa.

A notícia foi publicada em novembro do ano passado. Segundo a revista, alunos da Universidade de Virgínia teriam violentado meninas durante uma festa de um grupo de estudantes em 2012.

A polícia investigou o caso por quatro meses e não encontrou provas de que o estupro tivesse ocorrido. A revista foi obrigada a se retratar e pedir desculpas aos acusados, que foram alvo de protestos em suas casas.

Em comunicado, o diretor de redação da "Rolling Stone", Jann Wenner, disse que o pedido de demissão aconteceu após a análise de "muitos fatores". Também em nota, o editor-executivo da revista confirma a saída.

"Foi um grande caminho e eu o amei mais do que eu imaginava. Estou tão entusiasmado em ver para onde a revista vai depois quanto estava no verão de 1978, quando eu comprei meu primeiro exemplar."

Ambos não quiseram conceder entrevistas à imprensa americana sobre a saída. Segundo o jornal "The New York Times", Dana não planeja no momento trabalhar em nenhum outro meio de comunicação.

FONTE ÚNICA

A reportagem baseou-se apenas no relato de uma estudante, identificada como Jackie. A jornalista responsável pelo texto, Sabrina Elderly, disse que não conseguiu entrevistar os acusados pela suposta vítima.

Além de colaborar para a investigação policial, a revista pediu uma análise do caso ao departamento de jornalismo da Universidade Columbia. Em relatório, a faculdade confirmou os erros de investigação da jornalista.

Depois que foi divulgado o resultado da análise, Dana foi o responsável pela retratação. Ele descreveu o documento como uma "leitura dolorosa" e disse que a revista havia se submetido às recomendações da universidade.

"Nos entristece pensar que a disposição para delatar esses casos pode ter diminuído em consequência de nossas falhas."

Diante da repercussão, a revista foi alvo de ações judiciais vindas do vice-reitor da Universidade de Virgínia e de três membros do grupo de estudantes que organizou a festa onde teria ocorrido o estupro.

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