
Poucos dias antes de sua morte (16 de janeiro de 2012), o escritor Bartolomeu Campos de Queirós enviou à editora Cosac Naify seu último trabalho. “Elefante” chega neste sábado (16) às livrarias de todo país.
Muito bem ilustrado pelo artista cearense Bruno Novelli, a obra demanda uma leitura rápida, de 15 minutos, no máximo, mas está longe de oferecer uma fácil assimilação. Como as outras obras de Bartolomeu (foram mais de 40 publicações), “Elefante” está recheado de lirismo e intenções não esclarecidas num primeiro momento. E por ser uma prosa poética de alta qualidade, sempre haverá muitas possibilidades de leitura.
Não é à toa que o autor não gostava de transmitir nas entrevistas suas intenções. Gostava de sentir o feedback, perceber como sua liberdade de ideias e palavras podiam libertar também a imaginação do leitor.
Sonho
“Elefante” apresenta-nos o relato de um estranho sonho. O narrador descreve uma experiência onírica em que se depara com um pequeno elefante em suas mãos. A cena surreal suscita nele reflexões sobre amor, ciúmes, proteção e outros sentimentos inerentes a todo ser vivo.
A obra não propõe conhecimentos ou reflexões filosóficas. Não tem moral ou conceito definidos que possam ser compreendidos como um alerta sociocultural ou político. Apenas um convite para uma viagem por dentro de um sonho.
Liberdade
Para embarcar num caminho tão onírico é preciso se deixar desprender dos mundos de porquês e necessidades. Se libertar como o narrador e seu elefantinho. “Busquei me proteger debaixo da asa da liberdade para não interromper a história que vivia sem escolher. É preciso se aninhar na liberdade e voar”, escreveu.
“Elefante” é o último livro póstumo prometido pelo mercado. Antes de “Elefante”, saíram “O Fio da Palavra”, pela Record, e “A Filha da Preguiça”, pela Autêntica. Resta saber se há mais riquezas escondidas nas gavetas à espera de uma edição.
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