Em alta como nunca, as tattoos seguem tendências

Clarissa Carvalhaes - Hoje em Dia
09/03/2015 às 10:22.
Atualizado em 18/11/2021 às 06:16
 (Reprodução/Internet)

(Reprodução/Internet)

Primeiro foram os marinheiros, os boêmios e as prostitutas. Na década de 1950, quando desembarcou no porto de Santos, em São Paulo, era essa a clientela do primeiro tatuador de que se tem notícia no Brasil: o dinamarquês Knud Gregersen.

De uma família de tatuadores, Lucky Tattoo, como ficou conhecido, valeu-se, no início, de ferramentas limitadas para trabalhar. À época, os desenhos escolhidos, na maioria das vezes, se repetiam: âncoras, estrelas, caveiras e corações transpassados.

Com o passar dos anos, e lá se vão seis décadas, a tatuagem ganhou status de obra de arte. O perfil dos adeptos também mudou: hoje, está presente em diversos segmentos sociais. Mais que isso: é difícil encontrar quem não tenha uma no corpo, por menor que seja.

A moda fez os preços inflacionarem. Nos melhores estúdios de Belo Horizonte, um desenho pequeno custa, em média, R$ 200. A justificativa é plausível: o público, bem mais exigente, tem à disposição profissionais com expertise impressionante.

Uma turma que vem se especializando em desenhos extremamente precisos e que, para torná-los realidade, estuda técnicas cada vez mais complexas. Da exatidão do traço à habilidade em conduzir a agulha. Da escolha das melhores tintas à competência na hora de criar um desenho ou até removê-lo.

Curiosamente, o que não mudou tanto foram as imagens eleitas para marcar o corpo. A boa e velha caveira de pirata e o coração partido, por exemplo, continuam imbatíveis na preferência da clientela – mesmo que repaginados para o século 21.

Os tatuadores Marcelo Gringo e Pedro Amorim, o Bozó, têm juntos mais de 40 anos dedicados à profissão e, não por menos, são dois dos nomes mais importantes em BH quando o assunto é tatuagem.

Para Gringo, de43 anos, lançar mão de referências para criar uma tattoo é inevitável. Tanto o profissional quanto o freguês buscam inspiração em livros ou até no trabalho de outro artista. O recomendável, porém, é que quem vai fazer uma tatuagem fuja dos catálogos de estúdio, muito impessoais.

“Se não sabe o que vai fazer, não faça. Se tem dúvida se quer fazer, não faça. O tatuador não pode decidir nada. O papel dele é o de somente dar orientação”.

Bozó, de 48 anos, é atualmente um dos experts quando o assunto é realismo, embora confesse não ser esse o estilo de que mais gosta. “Há pouco tempo me trouxeram um (desenho de) Escher (artista holandês) para tatuar e acabei recusando porque é muito repetitivo, chato de fazer. É bonito, mas para um quadro”, exemplifica.

Sobre tendências atuais, Gringo comenta que os maoris (nativos da Nova Zelândia) e as frases são as grandes pedidas. Já Bozó festeja a volta da tatuagem tradicional, “aquelas com cores mais chapadas e traços marcados”.

“É um desenho mais fácil de fazer, mas seguramente com melhor qualidade e duração”, opina.

O QUE NÃO FAZER

SER RELAPSO – Antes de bater o martelo, analise o desenho várias vezes para garantir que ele não será motivo de piada

ESQUECER QUE TUDO PASSA – Inclusive a preferência por determinada banda ou a paixão louca por alguém

O QUE FAZER

ASTROS – Eternizar o rosto do ator Vincent Cassel ou da beldade americana Scarlett Johansson até deu certo nos exemplos acima. Mas o risco de que a “foto” se transforme num fiasco é real se a tonalidade da pele e a textura não forem apropriadas ou o tatuador, expert

GRANDE! POR QUE NÃO? – Coloridas ou pretas, ficarão lindas se o tatuador for fera na profissão

APOSTA CERTEIRA

DUO – Escolha das vovós que ainda faz a cabeça das novinhas, o sol e a lua nunca saem de cena

AS MEIGUINHAS – Não tem jeito, flores e pássaros continuam a fazer a cabeça das meninas. Repaginados ou no estilo bem velhinho, os desenhos simbolizam a permanência do belo e da liberdade

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