Em 'Lenine em Trânsito', pernambucano busca novos percursos na carreira

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
28/05/2018 às 18:28.
Atualizado em 03/11/2021 às 03:19
 (FLORA PIMENTEL/DIVULGAÇÃO)

(FLORA PIMENTEL/DIVULGAÇÃO)

Lenine era um garoto que amava os Beatles e os Rolling Stones. Quer dizer, na época de juventude, na década de 70, o que lhe batia mais no ouvido era o rock progressivo. Mas bastou conhecer a música de um cantor mineiro para dar um clic em sua mente e virar o autor e cantor de sucesso de hoje. “Milton (Nascimento) foi uma espécie de universidade da música para mim. Foi com ele que reaprendi a gostar de música brasileira”, salienta o pernambucano em entrevista ao Hoje em Dia sobre o recém-lançado álbum “Lenine Em Trânsito” (Universal), já disponível nas plataformas digitais. O tema Milton não entrou na conversa por acaso. No novo álbum, a música “Lua Candeia” tem assentida inspiração no Clube da Esquina, que teve em Bituca um de seus baluartes. “A gênese, o DNA dela, é completamente miltoniana”, avisa o artista. De autoria dele e de Paulo César Pinheiro, “Lua Candeia” foi gravada há 17 anos por Margareth Menezes e ganha, em “Lenine em Trânsito”, um tom mais camerístico, a partir do piano de Amaro Freitas– instrumentista de quem o Lenine se diz “apaixonado”. O álbum é marcado por essas revisitas ao seu próprio repertório, mas não tem nada de passadista. É um trabalho de proposta inovadora, a começar pelo seu processo, em que inverte o caminho que começa no estúdio, com a preparação de um CD, e se encerra na estrada, em turnê. “Iniciamos pelo show, em que chamei alguns músicos e mostrei o repertório para eles, sem instrumentos, porque o violão acaba sendo uma parte do meu desejo, uma projeção de mim. Queria outro tipo de interação, uma maneira de descobrir outro percurso”, registra. Depois de ensaiar por 20 dias e se apresentar na casa Imperador, no Rio de Janeiro, em fevereiro deste ano, Lenine disponibilizou algumas músicas em plataformas digitais, pouco antes de iniciar a temporada de shows – em Belo Horizonte, ele subirá ao palco do Palácio das Artes em julho.  A inversão da lógica se repete no registro físico do trabalho, já que, primeiramente, é o disco do show ao vivo que chegará as lojas, no início de junho. “E apenas no final da turnê que iremos lançar uma versão em estúdio, última etapa de um processo de descoberta que tem muito a ver com a sensação de distopia que estamos vivendo”, pondera Lenine.  

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