Em remake de 'Sabrina – Aprendiz de feiticeira', Netflix aposta em temas atuais e enredo sombrio

Jéssica Malta
jcouto@hojeemdia.com.br
06/11/2018 às 17:50.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:38
 (Diyah Pera/Netflix)

(Diyah Pera/Netflix)

Esqueça a rotina cômica, alegre e divertida da bruxa adolescente Sabrina Spellman, na série que conquistou e arrancou gargalhadas de muita gente nos anos 1990. Diferente de sua antecessora, “O Mundo Sombrio de Sabrina”, produção que estreou nos últimos dias na Netflix, aposta em um enredo bem mais obscuro – tanto que não é difícil ver alguns dos personagens dando glórias a Satã em vários momentos, sem nenhum pudor.

Voltada para o público jovem, a nova aposta da plataforma pode não agradar aos órfãos da original “Sabrina – A Aprendiz de Feiticeira”. Pelo menos é isso que acredita Michel Arouca, publicitário e editor do site Sériemaniácos. “As pessoas que têm memória afetiva da versão dos anos 90 podem não gostar, porque a série tem uma pegada mais dark, fala de satanismo, de magia negra”, pontua.

A mudança no tom para abordar a história da bruxa adolescente, porém, não é uma novidade. Apesar do berço ter sido na produção original, Sabrina já tinha ganhado uma versão mais dark nos quadrinhos – que, inclusive, leva o mesmo nome da série. Para Arouca, a aposta em uma versão mais sinistra porém, não poderia surgir em um tempo mais oportuno. “A Netflix notou que o terror está em alta, então eles estão investindo muito em séries do gênero. Com ‘Sabrina’, eles pegaram um tema que já está em alta com o público jovem. Acho que o próprio ‘It, a Coisa’ (filme de 2017) ajudou nesse boom do terror”, observa.

Mas, diferente dos estereótipos que as produções do gênero possam ter, a releitura da vida de Sabrina vai muito além dos sustos. “Eles transformaram a série em algo muito relevante ao pegaram questões sociais da atualidade”, afirma Arouca.

Dentre as temáticas, o feminismo é um dos destaques e ganha força na série através dos posicionamentos e atitudes da protagonista. Há ainda questões que envolvem o círculo de amigos da protagonista e o próprio ambiente escolar, onde a série está inserida – daí o forte apelo ao público mais jovem. “É possível que uma das personagens seja transgênero. E isso é tratado na série de uma maneira que não fica forçado. Tanto que em um dos momentos uma personagem cega se refere a ela como um menino e ela se alegra”, exemplifica o publicitário, que destaca a importância da abordagem. “É um trabalho que informa, sem apostar no clichê”, diz.

Méritos

Para além da relevância das discussões que permeiam a produção, Arouca acredita que a principal força de “O Mundo Sombrio de Sabrina” esteja em seu elenco. “Ele é 100% bem acertado. A Kiernan Shipka (atriz que dá vida à protagonista) está perfeita no papel. Todos que assistirem vão se apaixonar pela ‘nova Sabrina’. Ela consegue ser feminista, rebelde, engajada de uma maneira muito organizada, não há nada forçado e isso se deve muito ao talento da atriz”, sublinha.

Outro fator que deve corroborar ainda mais com o sucesso da série é a continuidade já garantida pelo serviço de streaming. “O elenco já anunciou pelo Instagram que a segunda temporada está sendo gravada, então quem tem medo de começar uma série e ela ser cancelada pode se despreocupar”, destaca Arouca que, para a continuidade, espera um tom ainda mais sombrio. “Ela deve focar na Sabrina dark, se entregando ao seu lado bruxa, para depois, quem sabe em uma nova temporada, voltar para os amigos e para o namorado”, prevê.

Assista ao trailer:

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