Embaixador do piano brasileiro: Arthur Moreira Lima relembra as conquistas em seus quase 80 anos

Thiago Prata
@ThiagoPrata7
15/06/2020 às 19:57.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:46
 (Gustavo Kersten/Divulgação)

(Gustavo Kersten/Divulgação)

Certa vez, em uma entrevista em 2018, Arthur Moreira Lima procurava explicar um de seus deleites; combinar o universo da música clássica ao do popular. “A música clássica de grande sucesso, que atravessou os séculos e é de tanta qualidade, se tornou popular. E a música popular, de alta qualidade, se tornou clássica”, afirmou. Levando consigo essa receita do que rotulava como “popular da música clássica e clássico da música popular”, o carioca de quase oito décadas de vida – a serem completadas em julho deste ano – se tornou referência nacional do piano.

“Foi o resultado de um estudo ininterrupto e diuturno de música, de técnica pianística e de me deslocar pelo mundo inteiro dedicando minha vida a isso”, descreve Lima, em entrevista ao Hoje em Dia. “Ser considerado uma referência, como você está me dizendo, não era minha intenção. O intuito era levar minha vida fazendo o que eu gostava e me dedicando ao máximo. O que aconteceu depois é apenas a consequência de um trabalho denodado e sério”, complementa o músico, entrevistado desta quarta-feira (17) na live “Dando Corda”, da Orquestra Sesiminas Musicoop, às 21h30, no Instagram da instituição.Gustavo Kersten/Divulgação

Paulatinamente, Lima se tornou uma espécie de embaixador do piano brasileiro no exterior – com 60 discos gravados e 115 edições diferentes em vários cantos do planeta – e também “desbravador” em solo tupiniquim. Desde 2003, ele roda o país com seu “caminhão-teatro” no projeto “Um Piano Pela Estrada”.

“Percorrer o interior do Brasil levando concerto de piano a pessoas que nunca tinham tido esse contato antes foi uma experiência até mais do meu campo humanista e da minha parte política do que somente da parte musical”, destaca o carioca, que já percorreu mais de 500 municípios e passou por todos os Estados do país.

“Me proporcionou prazer ver como as pessoas receberam isso com alegria e a disposição de aprender algo que não conheciam, ver a realidade daquilo que tinham ouvido falar”, diz.

Sobreviver para viver

Indagado sobre planos futuros, Lima foi enfático: “Primeiramente, sobreviver à pandemia; o mais importante. Vou completar 80 anos, então agora é viver. Sobreviver para viver, ter uma vida aprazível, continuar a tocar eventualmente. Não sinto mais a obrigação (musical) de quando era jovem, pois realizei muitas coisas”.Divulgação

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