Equipamentos culturais da cidade propõem visitas “pra” lá de diferenciadas

Vanessa Perroni - Hoje em Dia
02/11/2015 às 07:53.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:18
 (Frederico Haikal)

(Frederico Haikal)

Ao entrar em um museu, ou visitar alguma exposição, o público logo assume uma postura contemplativa. Mas para “quebrar” essa, digamos, lógica, alguns aparelhos culturais da cidade vêm oferecendo visitas nada tradicionais. Caso do Museu Histórico Abílio Barreto. O casarão secular sede da antiga Fazenda do Leitão, construído em 1883, abriga um acervo com 70 mil itens. E um dos cômodos, nomeado carinhosamente de “sala de acolhimento”, é um convite para esquecer um pouco o caos da cidade. Nela, acredite, tudo pode ser tocado.

De olhos vendados – com máscaras feitas pelos próprios visitantes –, o público é convidado a uma visita sensorial. Os objetos são colocados à frente do visitante, que tenta adivinhar o que é, e se faz parte do acervo. É assim que os mediadores vão contando sobre os objetos e a história do local. Grãos, plantas, brinquedos antigos e até barro entram na experiência. Além disso, a ambientação do local é feita por uma paisagem sonora que reúne sons característicos de uma fazenda, como pássaros cantando.

Local pode ser aproveitado de outras formas: as almofadas no chão são uma oportunidade para descansar ou ler um livro. Outra opção é pegar um dos objetos – como a peteca, bambolê ou pião – e se divertir na grande varanda. A ideia é inspirar o público a fazer seu próprio roteiro – nada, pois, de padrões fechados de visitação.

A visita pode terminar em uma mesa de café sob um flamboyant. Uma cena bucólica em meio à “cidade grande”. Hora, pois, de experimentar quitutes da roça, como o queijo com goiabada, o café da caneca esmaltada... Ou se refrescar com um copo de água na jarra de barro.

A visita se adequa ao tempo que o espectador possui para permanecer no local. Para o público espontâneo, a experiência ocorre às quintas-feiras.
 
Habitáculo
 
Aberta ao público na última quarta-feira, a exposição “Habitáculo”, no Cine Theatro Brasil Vallourec, reúne trabalhos dos mineiros Wilson Baptista, Carlos Teixeira, Nydia Negromonte, O Grivo e Coletivo Micrópolis. Com temáticas como o resgate histórico, a intervenção “Arqueologia Estrutural”, de Teixeira, leva o público a extrapolar os limites de uma galeria.

Criada em um espaço vazio entre o teto do Grande Teatro e a laje do sétimo andar, permite que o público caminhe em cima do antigo telhado do Cine Teatro. A sensação é de estar em um sótão, ou como diz o artista “um lugar imaginário”. Na visita, os mediadores propõem atividades sensoriais que estimulam a memória do visitante, como uma caixa preta na qual se coloca a mão e tenta adivinhar o objeto que está lá dentro.
 
Museu Histórico Abílio Barreto (av. Prudente de Morais, 202, Cidade Jardim). Terça, sexta, sábado e domingo, 10h às 17h; quarta e quinta, 10h às 21h.

Exposição “Habitáculo”. Cine Theatro Brasil Vallourec (Praça 7). Até 20/12. Terça a sábado, das 11 às 21h, e domingo, das 14h às 19h. Gratuito

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por