Escritora Alice Ruiz fala sobre sua poesia ao HD

Elemara Duarte - Do Hoje em Dia
03/09/2012 às 09:05.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:58
 (Luiz Costa/Gazeta do Povo)

(Luiz Costa/Gazeta do Povo)

A palavra é o “fascínio” da escritora Alice Ruiz. E é sobre esta afinidade que a haicaísta, poetiza e compositora vem falar em BH, terça-feira (4), no encontro com o autor na Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de Belo Horizonte (rua Carangola, 288, bairro Santo Antônio, BH), às 19 horas.

No bate-papo intitulado “Três Jeitos de Poesia”, a autora aborda os três formatos literários aos quais se dedicou ao longo da vida. Ainda neste ano, Alice lança mais um livro com a sua especialidade - os haicais – onde a autora fala sobre Sol, Lua e estrelas.

Natureza

É inegável que a escritora curitibana tenha se tornado especialista no nipônico haicai. “É o treino da síntese”, explica. No pequeno poema de 17 sílabas, o tema recorrente é sempre a natureza.
 
“No haicai não coloco minhas questões pessoais. Falo da natureza ali, como ela está. O exercício de não se colocar explicitamente no poema é fantástico”, revela. O termo, explica, une dois sentidos: a ausência do “eu” e a leveza do “humor”. Assim, tirar o ego de cena para que o haicai floresça não é coisa fácil.

Trajetória

Alice diz que escreve poemas desde a infância. Contos aos 9 anos, e versos, aos 16. “As primeiras coisas que escrevi foram muito parecidas com haicais”. Porém, daquela época, Alice Ruiz descartou tudo. Além da conversa, Alice vai propor leituras de um de seus últimos livros, “Jardim de Haijin” (Iluminuras, 2010), também composto de haicais. Aos 26 anos, publicou pela primeira vez seus poemas em revistas e jornais culturais.

Nesta mesma época, foram para o lixo também as primeiras letras de música que compôs. “Fazia tradução das músicas que gostava. Quando não conseguia, recriava”, conta, sobre o segundo “jeito” de seus textos. As letras de Alice, junto com parceiros, já foram gravadas por músicos como Adriana Calcanhotto (“Se Tudo Pode Acontecer”, do CD “Cantada”, 2002) e Gal Costa (“Socorro”, no CD “Bossa Tropical”, do mesmo ano).

Inspiração

E quando não está sentindo nada para que lhe abasteça a inspiração, Alice Ruiz, aos 66 anos, não se desespera. “Nem medo, nem calor, nem fogo/ Não vai dar mais pra chorar/ Nem pra rir”, expõe Alice nos versos de “Socorro”. “Sempre acontecem os períodos de vacas magras. Hoje eu entendo que estou me reabastecendo de informações para que a inspiração venha”.

Alice publicou, até agora, 21 livros, entre poesia, traduções e uma história infantil. Em 1989, venceu o prêmio Jabuti com o livro “Vice Versos”. Em 2009, “Dois em um”, levou a mesma premiação. Até o final do ano, Alice Ruiz deve publicar outra fornada de haicais. Cerca de 20 vão preencher o novo livro, ainda com uma dúvida nos títulos: “Luminares” ou “Noite e Dia”.

As inscrições para a palestra “Três Jeitos de Poesia” são gratuitas e podem ser feitas pelo blog encontrocomoautor.blogspot.com

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