"Espelho para Cegos" trata da deterioração das relações humanas

Émile Patrício - Hoje em Dia
16/01/2014 às 07:36.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:22
 (Marcia Ribeiro/Divulgação)

(Marcia Ribeiro/Divulgação)

Os entraves contemporâneos e a deterioração das relações humanas é tratada de forma poética, com alto teor filosófico, além de certo humor, na peça “Espelho para Cegos”, encenado por Marcio Meirelles, com direção de elenco de Bertho Filho e colaboração do diretor escocês Douglas Irvine. A obra é inspirada no livro “Teatro Decomposto ou O Homem-Lixo”, do dramaturgo romeno Matéi Visniec e fica em cartaz no Grande Teatro do Sesc Palladium, neste fim de semana. Sexta e sábado às 21h e domingo às 19h. Ingressos a R$ 16 e R$ 8 (meia).

“Espelho para Cegos” viaja pela primeira vez para participar do “Verão Arte Contemporânea” (VAC). A montagem é uma mescla de atrizes experientes com jovens atores e tem no elenco Sônia Robatto, Anita Bueno e Zeca de Abreu, da Companhia Teatro dos Novos, além dos atores Kadu Lima, Lucílio Bernades, Roberto Nascimento, Tiago Querino, Vinicius Bustani e Yan Britto, da universidade Livre de Teatro Vila Velha, da Bahia.

As metáforas de Matéi Visniec exigem uma percepção sensível e aguçada, com muitas possibilidades interpretativas. Nada é gratuito, aleatório ou se detém apenas numa única leitura.

Na montagem, três cenas utilizam vídeos em uma tela de projeção além do espectador ser convidado a entrar no espaço cênico.

Segundo Meirelles, serão nove palcos diferentes com os atores atuando durante todo o tempo do espetáculo. “Há uma espécie de polifonia sem fala onde o ator vê o discurso do outro. É como se existisse um espelho que foi estraçalhado e vários personagens tentam juntar as peças. O público também pode recompor esse espelho”.

Ainda pouco conhecido no país, os textos de Visniec (romeno, radicado na França) tem provocado surpresas na dramaturgia contemporânea. Sua escrita é contaminada pelas influências do surrealismo e do teatro do absurdo. Meirelles, o encontrou quase que por acaso.

“É uma obra incrível. Foi uma descoberta estonteante. Estava vivendo uma crise com o teatro e achei vários livros de um cara que nunca havia ouvido falar. Os três primeiros textos eu vi que era o que eu estava buscando fazer”, relata Meirelles.
 

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