Criar e manter um grupo de dança contemporânea no interior mineiro, há 12 anos, é a missão da companhia Hibridus. E não é que eles conseguiram ir além? Hoje, o reconhecimento vem até de fora de Ipatinga, berço deles, e mesmo, do Brasil. Por essas e outras é que, desta quinta-feira (17) a domingo (20), eles levam ao projeto “Ocupação 3.0 – De Lá pra Cá”, na Funarte MG, o espetáculo “Solos Hibridus”.

A apresentação é dividida em quatro partes. Nelas, cada integrante da formação atual fala de algum aspecto pessoal de suas vidas, juntamente a um convidado.

Uma das fases é “Prumo”. O solo será apresentado por Wenderson Godoi e conta com a parceria do performer em artes plásticas Marcelo Evelin (PI). “O nome sugere: é uma busca por equilíbrio”, diz um dos integrantes Luciano Botelho.

Outra parte é “Submersa”, de Maria Cloenes com Marcos Nauer (RJ). O solo fala da memória da artista, nascida em uma família composta por maioria feminina. “Ela lembra das enchentes que a família viveu”, relata Luciano, sobre a intenção da colega.

Outro solo, de nome enigmático, é “V de Tela”, com Rosângela Sulidade e Dudude Herrmann (BH). Rosângela se considerava uma mulher tímida, mostra como a arte a transformou.

Por fim, “Re-Forma”, com Luciano e Marco Paulo Rolla (BH), questiona a ditadura da estética no mundo.

“Solos” tem 1h20 de duração e foi criado para comemorar os dez anos da pioneira e persistente atuação do grupo na “cidade do aço”. “Éramos vistos como os ‘excêntricos’”, lembra Botelho.

Hoje, diz ele, a cidade tem cinco grupos de dança contemporânea formados por ex-integrantes do Hibridus e um fórum para a área que traz convidados de peso de todo planeta, o Enartci, que volta em novembro. Sinal de que a semente leve da dança foi plantada e germina forte, ao lado de trefilados e pelotizados.  

Compartilhar