Espetáculo que homenageia Belchior, ‘Na Parede da Memória’ chega a BH nesta sexta

Lucas Buzatti
portal@hojeemdia.com.br
25/09/2018 às 18:23.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:38
 (Germando Silva/Divulgação)

(Germando Silva/Divulgação)

Quatro amigos separados pelo tempo e pelos percalços da vida resolvem se reencontrar. Em comum, têm um apartamento cheio de memórias e a paixão pela música de Belchior. Assim discorre a trama de “Na Parede da Memória”, espetáculo que chega a Belo Horizonte nesta sexta-feira (28), e ocupa o Teatro do Centro Cultural Minas Tênis Clube. Com direção de Paulo Merisio e texto de Fabrício Branco, a peça homenageia o cantor e compositor cearense, falecido em 2017.

Ator e produtor do espetáculo, Dezo Mota conta que o projeto começou a se desenvolver em 2017, a partir de esboços de Merisio e Gloria Dinniz, uma das atrizes. “Partimos da improvisação, trazendo histórias particulares para a cena. Depois, o Fabrício Branco, autor jovem e promissor do Rio, juntou esse material e começou a escrever o texto”, afirma. “As músicas de Belchior costuram toda a história. Trazemos ele para o palco ao defender seu discurso e sua poesia. De certa forma, ele se faz presente quase como um quinto personagem”, defende, lembrando que Filipe Goulart e Nina Alvarenga completam o elenco.

A peça parte do momento em que Carlos, personagem vivido por Mota, resolve reencontrar outros três amigos que viveram juntos no passado, no apartamento de sua avó. “Eles compartilharam o mesmo momento, viveram a luta contra a ditadura e se afastaram por problemas diversos. Prestes a vender o imóvel, Carlos os convida para a despedida. Mas, na verdade, ele quer lavar a roupa suja e se reconciliar”, conta o ator. “Em meio a tudo isso, há o disco ‘Alucinação’, presente em toda a história e que eles precisam decidir com quem ficará”.

Música

A partir daí, se desenrolam momentos de afeto e emoção, entrecortados por canções como “Galos, Noites e Quintais”, “Como Nossos Pais” e “À Palo Seco”. “A parte musical é linda e tem direção de Delfim Moreira. São cerca de dez músicas, cantadas por todos os atores junto a um pianista, que fica em cena”, afirma Mota, que também é cantor e assume os momentos solo. “É um trabalho muito singelo, como se todos cantarolassem Belchior em casa. Não se trata de um musical, mas de uma peça de teatro em que os atores cantam”, define.

O espetáculo – que estreou no Rio de Janeiro e depois segue para São Paulo – traz mensagens potentes e necessárias para o conturbado momento político do país, por meio da poesia do eterno rapaz latino-americano. “Há tempos atrás, Belchior cantou o que, infelizmente, ainda está acontecendo. Então, a peça mexe com a atualidade. Traz um recado importante sobre questões como o racismo, a insatisfação com a política, o cansaço e a vontade de ir embora”, finaliza. 

Serviço: Espetáculo “Na Parede da Memória”. Sexta-feira (28), às 21h, no Teatro do Centro Cultual Minas Tênis Clube (r. da Bahia, 2.244 – Lourdes). Ingressos: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia).

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