(Ricardo Laf)
Debater a importância da arte para o fortalecimento de uma sociedade democrática e o papel do poder público no fomento à cultura, em especial dentro das esferas municipais. Com esse enfoque, a Prefeitura de Belo Horizonte promove até esta quinta-feira (22) o “Encontro Internacional Arte, Cultura e Democracia no Século XXI”. As inscrições são gratuitas, pelo site da PBH.
O encontro, com cinco mesas de debate, acontece no Teatro Francisco Nunes, e traz a Belo Horizonte mais de 20 pensadores, especialistas, artistas e produtores de várias partes do país, além de convidados da Colômbia, do México e da Nicarágua. O encerramento será embaixo do viaduto Santa Tereza, onde será realizada uma edição especial do Baile da Saudade.
A noite de abertura teve a presença da presidente da Fundação Municipal de Cultura, Fabíola Moulin, e do secretário municipal de cultura, Juca Ferreira. “O desenvolvimento de uma sociedade é retrato de uma noção estética que temos sobre a vida individualmente e sobre a vida em comum. É a cultura que dá liga à cidadania”, destaca o secretário, que conduziu eventos similares durante a gestão como ministro da Cultura.
Apesar de não limitar o debate à ideia de fomento à cultura, Juca Ferreira realça a importância de experiências internacionais para áreas deficitárias na política cultural brasileira. “Temos muito a aprender com as experiências colombianas no campo da promoção da leitura e da escrita por meio de suas bibliotecas parque, referências neste campo para todo o mundo. O México, por sua vez, tem muito que nos ensinar em termos de preservação do patrimônio cultural”, observa.
Convidados
Dentre os convidados internacionais estão a socióloga e dramaturga nicaraguense Lucero Millán, o antropólogo social mexicano Jose Antonio Mac Gregor e o gestor cultural Jorge Blandón, da Colômbia. Os dois últimos também participam da mesa de debates de hoje, onde discutirão o papel da cultura diante de momentos de crise durante as primeiras duas décadas do século.
Para Blandón, o diálogo cultural entre os países da América Latina é essencial para a preservação da identidade na região. “A cultura faz parte da estratégia de desenvolvimento, somos interdependentes e essa interdependência se dá em milhares de maneiras, em espaços públicos e privados, em iniciativas de governos”, analisa.
“Temos que restituir valores de direito à cidadania. Não podemos pensar de maneira desconectada, mas sinérgica”, argumenta Jorge Blandón, que menciona como exemplos conexão as influências musicais do samba, da bossa nova e do chorinho como “vitais à música na América Latina” e vitais o gestor cultural, além de políticas públicas do Brasil para o setor a partir dos anos 80, como a Lei Rouanet, e a inspiração que o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, gerou para a constituição de uma museu em Barranquilha, na Colômbia.
EDITORIA DE ARTE
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