Ex-bateristas do Kid Abelha contam detalhes de briga e fim da banda

Bernardo Almeida
bpereira@hojeemdia.com.br
13/07/2020 às 13:06.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:00
 (Christian Gaul/Divulgação)

(Christian Gaul/Divulgação)

Os bateristas Kadu Menezes, Cláudio Infante e Adal Fonseca revelaram detalhes de suas passagens pela banda Kid Abelha, que acabou em 2016, após 35 anos de carreira. 

Eles participaram de uma live apresentada por Aquiles Priester e Gilson Naspolini, em que opinaram sobre o que teria levado ao fim do grupo musical, que fez bastante sucesso nos anos 80 quando surgiu com o nome Kid Abelha e os Abóboras Selvagens, e também contaram suas versões sobre um incidente em 1986, que resultou na saída de Leoni do grupo.

“Eu ouvi dizer que não se podia dizer o nome Leoni que dava um mal estar”, perguntou Aquiles, com o que Kadu Menezes concordou, dizendo ser amigo tanto de Leoni quanto da vocalista Paula Toller, e que portanto não teria problemas em falar sobre o assunto.

“Eu cheguei minutos depois da famosa pandeirada”, em referência à confusão, que acabou com a pandeirola de Paula Toller atingindo Leoni na cabeça. “Eu não vi o ato, cheguei na hora do burburinho e da confusão, as meninas estavam berrando, a Paula e a namorada do Leoni”.

“A Paula tinha a pandeirola rítmica, ela arremessou, não sei pra acertar quem, acertou o Leoni”, lembrou Kadu Menezes. “O Leo Jaime chamou para cantarem juntos ‘A Fórmula do Amor’, que tava estourada na época, e a Paula cantava junto uma boa parte, e não chamou o Leoni, aí alguém no palco falou que ele tinha saído da banda, aí caiu a ficha que a confusão tinha dado m***”, completou.Reprodução / YouTube

Live contou com participação de três ex-bateristas do Kid Abelha

Cláudio Infante contou como ficou sabendo do incidente. “Eu toquei com o Kid e aí tinha o aniversário de um amigo nosso em comum, fui indo na frente para o restaurante, aí eles disseram que iriam só tocar ‘A Fórmula do Amor’ com o Leo Jaime e partir pra lá”. 

“Ninguém apareceu lá no jantar”, disse rindo, lembrando que no dia seguinte o saxofonista George Israel lhe telefonou. “Oito horas da manhã toca o telefone na minha casa. Eu perguntei: ‘Pô Georginho, o que que houve?’, ele disse: ‘O que que houve? Você tem jornal aí?’, Abri e já no segundo caderno tava lá o Leoni fotografado com um esparadrapo na cabeça”. Nessa ligação George Israel teria lhe dito então que ele substituiria Leoni na banda. 

O próprio George Israel assistiu a live, transmitida no dia 23 de junho, e fez comentários pouco depois, mas não sobre o tema.

Caminhos separados

Kadu Menezes também opinou sobre os motivos que teriam levado o Kid Abelha a acabar, há quatro anos. Segundo ele, empresários tentaram transformar a cantora Paula Toller em uma diva e a separá-la do restante da banda.

“É a velha história do empresário, tem empresário que visualiza no seu artista ser uma coisa maior do que realmente pode ser. A Paula é uma super cantora, talentosíssima, mas não adianta, Gal Costa, Maria Bethânia e Marisa Monte são divas por natureza”.

“Quando entrei em 91 todo mundo entrava na mesma van, era todo mundo junto na estrada. Começou esse negócio de separar, Primeiro os músicos do Kid, os músicos da equipe técnica, e aí do próprio Kid começaram a separar a Paula, então a Paula tinha um carro sozinho, em alguns casos até o hotel também”, relatou Kadu Menezes, ao apontar que George Israel certa vez demonstrou incômodo com a situação.

“Por eles tenho certeza que continuariam, mas essa separação acaba com o tesão de estar na estrada fazendo show”, concluiu.

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