Ex-Sepultura, Jairo Guedz monta o The Troops of Doom, que remete às origens de sua carreira

Thiago Prata
@ThiagoPrata7
02/07/2020 às 17:13.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:55

Um teaser divulgado no último dia 21 colocava uma pergunta no ar: “E se Jairo Tormentor não tivesse deixado o Sepultura?”. Parte dessa dúvida será respondida na mais nova empreitada do guitarrista. O nome da banda em questão, por sinal, faz alusão a uma música de autoria de Jairo e que se tornou um dos maiores clássicos do grupo parido em Belo Horizonte nos anos 80: “Troops of Doom”. Com um “The” a mais, nasceu o The Troops of Doom.

Essa indagação, no entanto, tem um sentido dúbio ao próprio guitarrista, que gravou os dois primeiros trabalhos com o Sepultura – o EP “Bestial Devastation” (1985) e o álbum “Morbid Visions” (1986), na fase mais death metal do conjunto – e cedeu lugar a Andreas Kisser a partir de “Schizophrenia” (1987).

“Achei essa pergunta interessante; foi ideia de um CEO da Nuclear Blast (gravadora) e que mostra um pouco do espírito da coisa, de transportar nosso ouvinte para uma época que sucederia o ‘Morbid Visions’. Por outro lado, estamos falando apenas do som de Jairo Guedz e não do Sepultura inteiro. É como se fosse a continuidade do que eu fazia. Então, não quero que pareça algo presunçoso da minha parte de forma alguma”, ressalta.

 Além de Guedz, o The Troops of Doom tem em sua formação o baixista e vocalista Alex Kafer (Enterro, Mysteriis), o guitarrista Marcelo Vasco (Mysteriis, Patria) e o baterista Alexandre Oliveira (Tianastácia, Southern Blacklist).

“Há uns três anos, conversei com o Marcelo sobre a possibilidade de um projeto. Dali falamos com o Alex. Queríamos chamar algumas pessoas do metal”, relembra Guedz. O projeto, porém, acabou engavetado. Só que no ano passado, uma nova faísca surgiu, durante uma turnê que o guitarrista fazia com outra de suas bandas, o The Mist.

“Em um show no Rio, a banda de abertura foi o Enterro, do Alex. Eu toquei uma música do Sepultura com eles, a ‘Bestial Devastation’. No começo da quarentena, em março, o Alex me ligou, me falando para fazermos um projeto. Eu falei que topava. Chamamos o Marcelo e depois veio o Alexandre. Inicialmente pensamos em chamar convidados, mas preferimos focar nos quatro”, recorda.Divulgação

Lançamentos

Curiosamente, assim como o Sepultura em seus idos, o começo de trajetória do The Troops of Doom terá um EP, seguido por um álbum inteiro. “O primeiro single vai sair em 5 de agosto, e o segundo, em 16 de setembro, com dois videoclipes. E em outubro, antes do dia 10, sairá nosso EP, com quatro músicas autorais e duas regravações de músicas do Sepultura de minha autoria. E mais para frente, chamaremos alguns amigos para nosso disco”, destaca ele, entusiasmado com o material que virà à tona em breve..

"Todo mundo da banda está com os pés no chão e é superdedicado. Tudo é resolvido de forma muito bacana, sem picuinha. Faço death metal dormindo. Não preciso fazer grande esforço para criar death metal dos anos 80, está no meu DNA. Estou me utilizando desse DNA para fazer as coisas que quero fazer. Todo mundo dá ideia e compõe, e acho que por isso a coisa fluiu muito rapidamente", decreta.

O EP será distribuído pela Blood Blast (da Nuclear Blast) e terá arte de capa assinada por Marcelo Vasco. 

 The Mist

Com relação ao The Mist, Jairo Guedz revela que novas composições estão pauta. “Todos os integrantes trocamos ideias, e o Korg (vocal) está escrevendo letras. Assim que terminamos, vamos ver se as músicas estão boas o bastante para divulgarmos de alguma forma”, sintetizou.

'Top 6'

A convite da reportagem, Guedz analisou seis discos de sua carreira, incluindo álbuns com Sepultura, The Mist e Eminence. O resultado pode ser conferido abaixo.

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