Exercício da empatia pode começar na sala de aula e melhorar relacionamentos

Thais Oliveira
taoliveira@hojeemdia.com.br
05/10/2016 às 11:07.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:06
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

Já parou para escutar alguém hoje? Ao menos tenta se colocar no lugar de outra pessoa durante uma discussão? Se as respostas forem negativas talvez você esteja precisando exercitar a empatia. Não sabe como? A boa notícia é que tem até curso para ajudar nessa empreitada.

Ativada pela ocitocina, também conhecida como “hormônio do amor”, a empatia é uma capacidade nata de compreender o outro do ponto de vista dele. Nas redes sociais é fácil perceber como colocar isso em prática é um desafio. Basta ver os comentários – geralmente raivosos – sobre variados temas. Mas essa intolerância tem explicação. O ser humano tende a atrofiar essa habilidade com o passar dos anos. 

“A empatia precisa ser reaprendida culturalmente, por meio das relações”, diz a psicóloga Camila Marques, acrescentando que ter um olhar generoso e exercer o silêncio ajudam a escutar o outro. 

No curso “Escutatória”, realizado amanhã e nos dias 13, 20 e 27 deste mês, na Escola de Empatia (rua Itaí, 782, Santa Efigênia), por R$ 180, a psicóloga ensinará ainda sobre a importância da “comunicação autêntica”. 

“A ideia é levar em consideração os nossos próprios sentimentos e necessidades e não somente os do outro. Dessa forma, somos verdadeiros com a gente mesmo e, ainda assim, conseguimos considerar o que o outro sente ou necessita”, esclarece.

Uma postagem recente no Instagram do escritor João Pedro Doederlein mostra como o tema mexe com as pessoas. A definição que ele criou para o verbete foi curtida 16 mil vezes. Três mil a mais do que o conceito dele sobre o amor.

“Não adianta falar que a partir de hoje será mais empático, é preciso sustentar essa escolha”Camila Marques, psicóloga

Na contramão
Camila, no entanto, adverte para o outro lado da história. “A falta do exercício da empatia gera conflitos de intolerância, inflexibilidade, agressividade e dificuldade em não aceitar o diferente”, enumera. 

Em um mundo cada vez mais competitivo, inclinações como essas estão cada vez mais frequentes, como afirma o publicitário Wilson Bentos, de 53 anos. “A comunicação violenta é normal, o que dificulta o desenvolvimento da empatia”, frisa. Ele sabe bem os efeitos desse tipo de comportamento. “A área de publicidade, além de ter muita competição, é formada por egos”, critica. 

Na busca por outra realidade, Bentos tem procurado fugir de coisas prejudicais ao exercício da empatia. “Não quero mais fazer o que não tem utilidade social. Por isso, faço perguntas como: e as pessoas? O planeta? Como vão ficar? Minha visão mudou e até mesmo minha lista de leitura e filmes”, conta. 

“Ainda estou em desenvolvimento sobre essa questão da empatia. É um processo. Não acontece da noite para o dia”, acrescenta. 

Dicas para ser uma pessoa mais empática:

-Pratique a escuta: escute com vontade de realmente querer saber o que a pessoa está falando.

-Evite julgamentos prematuros: compreenda o que a pessoa está falando antes de emitir opinião sobre aquilo.

-Se exponha a novas experiências: converse com pessoas diferentes ou experimente algo novo para se colocar em outras perspectivas.

-Tenha o hábito de refletir: como me sentiria se eu fosse aquela outra pessoa ou estivesse naquela situação?

Fonte: Camila Marques, psicóloga e cocriadora da Escola de Empatia

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