Exposição 'Paisagens Minerais', de Sérgio Marzano, explora pigmentos e detalhes do solo mineiro

Jéssica Malta
17/09/2019 às 09:37.
Atualizado em 05/09/2021 às 21:47

A terra é que dita os rumos e tons dos trabalhos do artista plástico Sérgio Marzano. Com pinturas compostas a partir de pedras, minerais e pigmentos extraídos do solo, ele apresenta a exposição “Paisagens Minerais”, que fica em cartaz no MM Gerdau – Museu das Minas e dos Metais a partir de amanhã. 

Com entrada gratuita, a mostra tem 18 obras que relatam o fascínio do artista pelos minerais e pelos elementos que compõem o solo e a paisagem do Estado.

A exposição também coloca em cena o encontro de Marzano com novos pigmentos extraídos em laboratório e oriundos dos rejeitos de mineração da Gerdau.

“Além de eu já estar pesquisando materiais nas regiões de Belo Horizonte e no Quadrilátero Ferrífero, esses outros materiais entraram no meu caminho e fizeram essa união entre a arte e a indústria”, diz o artista.

Para ele, essa união e a opção por matérias-primas alternativas são importantes também para conscientizar o público e mostrar as diferentes possibilidades de se fazer arte. 

“Às vezes você tem um material no fundo do quintal e fica indo à papelaria, comprando tinta industrializadas, sendo que a natureza te oferece tudo isso gratuitamente. Em Minas Gerais temos muito óxido de ferro, muita areia. A riqueza do solo é muito grande”, destaca. 

Processo Criativo

A mostra também apresenta um pouco do processo criativo do artista, que recolhe a matéria-prima em diferentes lugares – de cachoeiras a estradas.

“Em uma bancada, vou apresentar um pouco do meu ateliê, com as minhas ferramentas como o pilão, onde trituro os minerais, a peneira e o pincel. Também há fotos dos locais onde coletei o material”, explica. 

As inspirações para a série “Fungos”, que traz obras com elementos brutos e relevos, estão incluídas no espaço. 

“Como fui colhendo o material que utilizo na natureza, me deparei com muitos galhos e raízes e acabei me interessando por isso e criando obras que trazem uma relação com as orelhas-de-paus que ficam em troncos”, conta. 

Marzano também faz o lançamento do livro que leva o nome dele e reúne registros de algumas das obras e textos produzidos por amigos do artista. 

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