Fãs e amigos se despedem de Dominguinhos, em Recife

Daniel Carvalho - Folhapress
25/07/2013 às 12:31.
Atualizado em 20/11/2021 às 20:23

RECIFE - Amigos, parentes e fãs chegaram cedo à Assembleia Legislativa de Pernambuco para se despedir nesta quinta-feira (25) do cantor, compositor e sanfoneiro Dominguinhos, de 72 anos.   O voo que trouxe o corpo de São Paulo para o Recife atrasou e o caixão só chegou à Assembleia às 4h30.    O velório foi aberto ao público às 8 horas, mas desde 4h40 fãs faziam fila na calçada em frente ao prédio, no centro do Recife. A espera foi embalada por músicas do artista.  O autônomo Cleiton Braz, 41, foi o primeiro a chegar e se emocionou ao falar do ídolo. "Estava muito ansioso. Sou fã dele desde criança", disse Braz, antes de cantar alguns versos de "Copo d'água".    Quem começasse a entoar algum sucesso de Dominguinhos era logo seguido pelas cerca de 50 pessoas que estavam na fila antes do início do velório.    "Meu coração acabou-se", lamentava o sertanejo Manoel Francisco dos Santos, 73, que também chegou cedo e veio a caráter, com chapéu de couro.    Os motoristas que passavam em frente à Assembleia buzinavam e gritavam "viva Dominguinhos!".    "Isso não é pelo artista, é pela pessoa. Ele está colhendo o que plantou. Isso só me lembra o respeito e a humildade que ele tinha", afirmou Mauro Moares, 53, filho do primeiro casamento de Dominguinhos.    O sanfoneiro Saviano do Acordeon, irmão da ex-mulher de Dominguinhos, tocava sanfona ao lado do caixão enquanto o público entrava na Assembleia Legislativa sob o olhar de soldados da Polícia Militar vestidos em traje de gala.    Guadalupe, com quem Dominguinhos foi casado durante 37 anos, disse estar há 40 horas sem dormir e que o enterro dele ainda não está definido.    "Eu estava com ele ali todos os dias, até desligarem as máquinas. Dizia "obrigada, obrigada, obrigada por tudo". Ele tinha dificuldade de abrir os olhos, mas abriu e olhou nos meus olhos profundamente com afeto, amor. Não fiquei triste porque nos quatro últimos dias não dava mais. Acho que ele até escolheu [a hora de morrer]", afirmou.    O forrozeiro Alcimar Monteiro emocionou-se ao lembrar do amigo e ídolo. "É uma perda irreparável. Ele era um misto de bom gosto, talento, nordestinidade e brasilidade. Um artista como Dominguinhos não terá substituto. A música está um pouco mais pobre", afirmou o cantor, que elegeu "De volta para o aconchego" como sua canção favorita.    O prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), lamentou a morte de Dominguinhos e disse que o sanfoneiro é um exemplo para todos os artistas do país.

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