Fãs e grandes nomes da MPB celebram os 50 anos de carreira de Maria Bethânia em BH

Elemara Duarte - Hoje em Dia
13/11/2015 às 06:53.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:27
 (Divulgação)

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João Bosco, Lenine, Zélia Duncan, Arlindo Cruz e Camila Pitanga – além de Ana Clara Viana – rendem homenagens à diva Maria Bethânia em show que acontece neste domingo, no Chevrolet Hall, durante a turnê do 26º Prêmio da Música Brasileira. O motivo da reunião musical é que a irmã de Caetano Veloso completa 50 anos de carreira. Ela também estará presente, ao lado dos colegas famosos citados.

Famosos? Mas quem é “Ana Clara Viana”? A diferença entre ela e os artistas é o lugar que cada um ocupará na casa de espetáculos. Os famosos, claro, estarão no palco e Ana Clara, na plateia, assistindo ao sexto (!) show da baiana só neste ano. Aos 21 anos, está na ponta da língua desta jovem, mas inveterada fã, boa parte do repertório de Bethânia no show.

Ana Clara diz que a “paixãozinha” por Bethânia começou ao ouvir a música de abertura da novela global “Explode Coração” (1996), cantada por ela. “Eu ficava sozinha com minha mãe em casa e ela deixava os CDs tocando”. Na época, a letra de Gonzaguinha foi interpretada por cantora e virou tema da protagonista da novela, a cigana “Dara” (Tereza Seiblitz).

Set list

Está previsto que esta canção seja interpretada pela cantora ao lado de outras como “Carcará”, “Fera Ferida”, “Vento de Lá”, “O Quereres”, “Imbelezô”. “Engraçado que a primeira vez na vida que fui a um show dela foi no início deste ano, na turnê ‘Abraçar e Agradecer’, em BH. Depois, não parei mais”, diz Ana Clara.

A música que apresentou a fã à voz da cantora está sendo aguardada, mas... “Nem acredito que vou ouvir ‘Carcará’ completa desta vez”, espera, lembrando que nos demais shows a que assistiu, Bethânia cantou apenas trechos da música.

Contabilizando: o primeiro show de Ana Clara foi o já citado da turnê "Abraçar e Agradecer", no Palácio das Artes; outros dois no Rio de Janeiro, pela mesma turnê; e mais dois de "Bethânia e as Palavras", em Inhotim, em outubro, quando conseguiu falar com a artista e dar de presente à mística cantora uma bonequinha africana, com as cores "de fogo" Iansã. O presente ela deu junto com a amiga Naiara Palácio, 22 anos, de São Paulo, que conheceu por meio de uma página de fãs da cantora.

Isso porquê Ana Clara sabe bem que a cantora foi iniciada no Candomblé, como filha de Iansã, nos anos 1970, e tem várias músicas gravadas em homenagem à divindade. No sincretismo religioso com o catolicismo, Iansã, a "rainha dos raios" é Santa Bárbara. "No outro dia (domingo), ela disse que tinha adorado", lembra.

Além disso, no Carnaval carioca de 2016, Ana Clara desfila pela Mangueira, escola que vai homenagear o meio século da carreira de Maria Bethânia por meio do enredo "A Menina dos Olhos de Oyá" - outra homenagem aos 50 anos da cantora no mundo da canção. Ufa! Coisa de fã mesmo.

Filha de mãe baiana e pai mineiro, Ana, que é estudante de Comunicação Social na UFMG, diz que gosta da originalidade de Bethânia. É aquele jeito sem tingir os cabelos e com pouquíssima maquiagem. “Ela tem uma beleza diferente. O normal é chato. Se pranchasse os cabelos, fizesse algo normal, não seria Bethânia".

SERVIÇO

Show da turnê do 26º Prêmio da Música Brasileira, domingo (15), 20h. Chevrolet Hall (av. N. Sra. do Carmo, 230). Valor: R$ 250 (mesa premium), R$ 200 (mesa setor 1) e R$ 150 (arquibancada).

 

SELFIE COM A "PAIXÃOZINHA" - Em Inhotim, Ana Clara entrega presente para Bethânia com as cores "de fogo" condizentes com o conteúdo. Crédito: Arquivo pessoal

 

Maria Bethânia por João Bosco e Camila Pitanga

“Fui apresentado a Bethânia pelo Waly Salomão (1943-2003). Era a época da gravação do disco ‘Memória da Pele’, música que fiz com Waly. Antes, eu a conhecia radiofonicamente. É uma intérprete que usa muito a cena do palco para poder dizer canções – e ela sente a necessidade da palavra poética na vida dela. É para dizer o que significa para ela aquele momento. No desenvolvimento do show, nos emocionamos muito, até nos bastidores”. (João Bosco, que canta “Morena do Mar”, “Negue”, “De Manhã”, “Isto é o Meu Brasil” e “Memória da Pele”)

“Estou fazendo um documentário, junto com Beto Brant, sobre o meu pai (o ator Antonio Pitanga). Provocamos encontros representativos entre ele e certas pessoas. Caetano e Bethânia estão entre essas, e gravamos. São amigos queridos. Quem ouve as músicas de Bethânia entende tudo o que está acontecendo ali. A imagem vem clara. Vamos terminar com todos cantando uma música do Gonzaguinha”. (Camila Pitanga canta “Âmbar”, “Lama”, “Gema” e lê um texto do diretor Fauzi Arap (1938-2013)

O que demais convidados pinçaram do repertório de Maria Bethânia

ZÉLIA DUNCAN: Fica responsável pelas canções "Vida" e "Rosa dos Ventos" (Chico Buarque). Ela complementa o repertório com a balada “Esotérico” (Gilberto Gil), e o clássico medley com canções de Rita Lee, como "Baila Comigo" e "Shangrilá".

LENINE: O músico aposta nas canções que refletem o lado mais “agreste” da obra de Bethânia como "Último Pau-de-arara" / "Pau-de-arara" (Gordurinha e Corumbá), "Nem o Sol, Nem a Lua, Nem Eu" (Lenine), "Lamento Sertanejo" (Gilberto Gil/Dominguinhos) e "Na Primeira Manhã" (Alceu Valença).

ARLINDO CRUZ: Recentemente o artista compôs um samba para Bethânia. Da homenageada ele resgata "Reconvexo" (Caetano Veloso), "Apesar de Você" (Chico Buarque) e "Sonho Meu", de Dona Ivone Lara.

 

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