Fãs fazem questão de viajar para várias cidades para assistir ao Pearl jam

Cinthya Oliveira - Hoje em Dia
18/11/2015 às 07:30.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:31
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

O principal segredo do sucesso inabalável que o Pearl Jam mantém há nada menos que duas décadas está em transformar cada show em um evento único e insubstituível. A banda norte-americana nunca repetiu um set list e é famosa por definir o repertório momentos antes de subir no palco, mesclando hits com lados B e versões para músicas de bandas famosas, como Beatles e Ramones.

Para um fã do Pearl Jam, pois, é complicado se dar por satisfeito com apenas uma apresentação. Sendo assim, não é difícil encontrar pessoas que já se dispuseram a assistir a vários shows da banda em uma mesma turnê – mesmo tendo de lidar com os altos custos de ingresso, passagem e hospedagem. Todos não só garantem que vale a pena, como, em tempos de crise financeira, estão se desdobrando para ir a vários shows da banda na turnê que chega a BH nesta sexta-feira (20) – depois de ter passado por Porto Alegre (11), São Paulo (14) e Brasília (17), para depois ser encerrada no Rio de Janeiro (no dia 22).

Superfã

O advogado Daniel Freire, de 33 anos, é certamente um dos maiores fãs do grupo liderado por Eddie Vedder. Até semana passada, ele já havia assistido a 15 shows do Pearl Jam. Foi para São Paulo no último fim de semana para ver a banda e irá revê-la em BH e no Rio de Janeiro, contabilizando 18 apresentações no currículo de superfã.

A primeira vez em que ele viu o grupo ao vivo foi em 2000, em Hamburgo, época em que estava fazendo intercâmbio na Europa. Depois, em 2003, acompanhou o Pearl Jam em cinco apresentações sequenciais, em Boston e Nova York.

“O mais interessante foi o que vi em Boston. O Eddie Vedder disse que não repetiria nenhuma música nas três apresentações e que tocaria toda a discografia da banda. Como não deu para encaixar todas as músicas nos três shows, na terceira apresentação eles fizeram um show acústico antes da banda de abertura. Assim, puderam cumprir a promessa”, relembra Daniel, que chegou a passar perrengue por conta de um ingresso falso comprado na mão de um cambista em Nova York.

Em 2005, quando o Pearl Jam veio ao Brasil pela primeira vez, ele foi aos cinco shows da turnê. Em 2011, na segunda turnê da banda pelo país, foi a três apresentações.

Agora, vive a expectativa de ver a banda tão amada pela primeira vez em sua cidade. “O clima no Brasil é outro. O brasileiro tende a ser mais alegre, corresponde à energia da banda. Não é desmerecer o público de outros países, mas o brasileiro é mais descontraído”, diz.

Califórnia

O engenheiro mineiro Rafael Ansaloni, de 35 anos, também já teve a experiência de ver o Pearl Jam no exterior. Após ver a banda em 2005 e 2011, ele conseguiu conferir um show em San Diego, Califórnia, em 2013. “Sempre que eu tirava férias, dava uma olhada na agenda da banda para ver se poderia conciliar uma data. Naquele ano, deu certo. Eu fui para São Francisco na mesma época em que eles estavam fazendo shows pela Califórnia”, conta.

Mas houve um contratempo: a esposa de Rafael não pôde ir a San Diego e o engenheiro teve de conferir o show sozinho. E no setor que fica atrás do palco. “O incrível é que não foi ruim. Você tem a perspectiva da banda. E o mais legal é que várias vezes o Eddie Vedder se virava para conversar conosco e tocou algumas músicas voltado para a galera da parte de trás”, diz Rafael, que se programou para ver o grupo em São Paulo, Rio e BH.
Músico da capital completa dez shows no currículo
Vocalista da banda Ca$h, Daniel Mazzochi, 35 anos, também já viveu suas peregrinações. Em 2005, após ver o Pearl Jam pela primeira vez, decidiu que assistiria ao máximo de shows possível. Assim, viu quatro apresentações em 2011 (São Paulo, Rio, Porto Alegre e Curitiba), foi ao Lollapalooza em 2013 e viu Eddie Vedder ano passado. Para este ano, comprou ingressos para os shows de São Paulo, Rio e BH.

O vocalista da banda de Seattle é uma referência forte para o músico mineiro. “O Eddie Vedder não para de fazer coisas. Ele tem a banda, a carreira solo e sempre faz homenagens a artistas que gosta. Há um hábito de trabalhar a variedade”, diz Mazzochi, que participa do projeto “House of Grunge”, do Jack Rock Bar, em que integrantes de diversas bandas celebram a música dos anos 90.
Sonho realizado

Lívia e o marido, Maurício, consguiram se programar para assistir a três shows da atual turnê da banda (Foto: Lucas Prates/Hoje em Dia)
 

Desde o anúncio da primeira vinda do Pearl Jam para o Brasil, em 2005, a publicitária Lívia Murta tentava dar vazão ao desejo de acompanhar a banda em uma turnê. Viu o grupo em todas as passagens pelo Brasil – 2005, 2011 e 2013 – e foi ao show solo de Eddie Vedder em 2014. Mas viajar para mais de um show na mesma turnê é sonho que só será realizado este ano.

“Consegui uma semana de férias e vou assistir aos shows de São Paulo, BH e Rio de Janeiro. Só não incluí Porto Alegre e Brasília na lista porque meu marido não poderia me acompanhar nessas datas”, diz a publicitária de 30 anos.

Segundo ela, a simplicidade e o magnetismo do grupo são os ingredientes para que os fãs busquem tanto reviver a experiência. “O Pearl Jam não tem uma produção teatral e pirotécnica, como um Rolling Stones. O palco é muito simples e parece uma banda de garagem. O que tem ali é a música por si só e cada show é verdadeiramente único”, diz Lívia, lembrando que o engajamento do grupo sobre meio ambiente e política também chama a atenção.

Ralação

A gerente de compras Gisele Fonseca, 36 anos, não tem medo de passar perrengue para curtir sua banda favorita o máximo possível. Em 2005, ela comprou o ingresso para a apresentação no Rio de Janeiro e acabou ganhando um para o show de São Paulo. “Fui de ônibus, conheci uma turma que estava indo para os dois shows e acabei indo para o Rio com eles. Foi uma aventura, fiz vários amigos”, lembra.

Em 2011, ela voltou a assistir aos shows da banda nas duas grandes cidades, mas com um trajeto mais cansativo. “Fui para São Paulo de ônibus, voltei para BH, troquei a roupa da mochila e corri para pegar a excursão que estava indo para o Rio. Voltei para BH e fui direto para o trabalho”, conta Gisele, que só não gostou muito do show do Lollapalooza. Este ano, ela deverá viajar novamente. Morando em Formiga, terá de pegar ônibus para ver a banda em BH.

O show de BH acontece nesta sexta, às 20h30, no Mineirão. Ingressos a partir de R$ 100

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