Fafá de Belém traz a BH turnê do disco 'Humana'

Bernardo Almeida, Jéssica Malta
30/08/2019 às 08:54.
Atualizado em 05/09/2021 às 20:14
 (Reprodução / Instagram )

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Cara gargalhar e sorrir na vida, a gente precisa olhar para dentro e ter uma base muito forte de relacionamento com o eu interior”, afirma Fafá de Belém. Foi com essa premissa que a cantora se reuniu com Paulo Borges, Zé Pedro, Arthur Nogueira, Fabio Buitvidas, Zé Manoel, Allen Alencar, João Deogracias e Richard Ribeiro para produzir o disco “Humana”, trabalho mais introspectivo que ela apresenta neste domingo, no palco do Sesc Palladium. 

Em conversa com o Hoje em Dia, a cantora paraense falou sobre o novo trabalho, o período em que a canção “Vermelho”, uma das mais marcantes da carreira dela, ficou fora de seu repertório, e da relação de carinho com Minas Gerais e com os músicos mineiros. 

O show de domingo traz o álbum “Humana”, 26º de sua carreira. O que o público belo-horizontino pode esperar da apresentação e que características da Fafá de Belém estarão no palco?

O “Humana” resgata um pouco do princípio da minha carreira, de uma relação que eu tinha muito forte com os mineiros, com os letristas. Você pode esperar de mim uma Fafá falando de Brasil, de cidadania. Não de partidarismo, mas de quanto a gente perdeu o nosso rumo e desde quando a gente deixou de conversar, dialogar e fomos sendo partidos ao meio. E claro que nesse componente entra a emoção de uma forma muito forte e o componente de atriz.

Que temas são abordados nas músicas e que humanidade da Fafá de Belém está exposta no novo trabalho?

O humano do ser. Desde quando nós passamos a seguir como gados tendências e ordens de alguém que a gente não sabe. Desde quando a gente tem que ser isso, tem que ser aquilo, tem que ter o abdôme definido, tem que pensar como fulano, tem que ter um cabelo assim, assado, tem que falar através de mídias sociais e não falar no olho no olho. Abordo onde foi que a gente perdeu a mão sobre o nosso humano do ser. A partir de onde a gente começa a terceirizar as nossas sensações, os nossos posicionamentos, o nosso gosto, e perdemos ou esquecemos a nossa essência para seguir a tendência.

Você deixou de cantar “Vermelho” por um tempo. Como foi esse período? Após retomá-la em seu repertório você notou algum reflexo de natureza política no público, tendo em vista que a cor virou um símbolo forte da polarização que passou a dividir o país?

O vermelho é uma canção que nasceu em Parintins, mas que fala de paixão. Então, o primeiro salto que ela deu foi atravessar o oceano ao virar hino do Benfica, o maior time de futebol de Portugal. Depois abraçou várias torcidas. O PCdoB a usou nas campanhas, o PT também. Eu acho maravilhoso que músicas sejam tomadas como referências de símbolo de luta, de símbolos de paixão, como é o futebol, como é a política. Mas há algum tempo eu já não quero falar de política partidária. Então eu tomei muito cuidado para não acharem que eu estava apoiando esse ou outro partido. Hoje eu não apoio partido nenhum, muito menos candidatos.

Tocar em Belo Horizonte (ou em Minas Gerais) traz alguma lembrança ou passa alguma atmosfera específica para você?

Eu adoro Minas, suas histórias, seus folclores. Sou muito amiga de Bituca (Milton Nascimento), Beto Guedes, Toninho Horta, Wagner Tiso. Era muito amiga de Fernando Brant. A minha ‘costela’ mineira é muito forte. A primeira vez que eu fui a Minas senti como se eu fizesse parte de um chão, de um chão profundo. Eu tinha 18 anos. Cantar no Estado é sempre muito bom. Alguns projetos eu só fiz em Minas e eu estou louca para tocar o “Humano” aí, porque eu encerro com duas músicas do Bituca e mais uma outra música, que é do Nelson Angelo e que foi gravada pelo Bituca. Minas puxa para dentro, para o âmago, para a essência da gente, eu adoro isso, é sempre muito emocionante. 

SERVIÇO: Fafá de Belém apresenta o espetáculo “Humana”, neste domingo, às 19h no Sesc Palladium ( Rua Rio de Janeiro, 1046 –Centro). Ingressos de R$ 50 a R$ 120

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