(AFP)
O mundo da literatura e vários fãs lamentaram a morte do escritor colombiano Gabriel García Márquez, que faleceu na última quinta-feira (17), no México. A família, em breve comunicado, optou por cremar o corpo do Nobel de Literatura, falecido aos 87 anos, em uma cerimônia privada.
A casa do escritor, no bairro de Pedregal, zona sul da Cidade do México, tinha ontem, a proteção de uma viatura policial. As flores, livros, doces e outros presentes deixados na quinta-feira por fãs foram recolhidos.
Em total privacidade, a família recebeu na noite de quinta-feira alguns escritores mexicanos como Héctor Aguilar Camín, Ángeles Mastretta e Xavier Velasco, assim como amigos e parentes.
A viúva, Mercedes Barcha, e os filhos Rodrigo e Gonzalo decidiram que não acontecerá uma cerimônia fúnebre de García Márquez na funerária para a qual o corpo havia sido levado.
Sem notícias sobre o local de repouso das cinzas do pai do realismo mágico, o México preparava uma homenagem para o escritor na segunda-feira no emblemático Palácio de Belas Artes. “Desde Cervantes não havia existido um autor que conectasse de maneira tão ampla com o castelhano”, afirmou o escritor mexicano Juan Villoro, professor de Jornalismo, que também ressaltou o valor da obra jornalística do Prêmio Nobel.
“Só um jornalista como García Márquez poderia ter feito a cobertura de uma notícia como sua morte”, disse. Aída García Márquez, uma das irmãs do escritor, gostaria que o corpo fosse enterrado em Aracataca, terra natal de Gabo.
O presidente francês, François Hollande, recordou a figura de García Márquez tanto pelo “impacto universal” de sua obra literária como por seu combate “contra o imperialismo” no trabalho jornalístico. “Com García Márquez desaparece um gigante da escrita, que deu projeção mundial às representações imaginárias de todo um continente”, afirmou Hollande.
Para o presidente da Comissão Europeia, o português José Manuel Barroso, Gabriel García Márquez foi uma “voz da América Latina que virou uma voz de nosso mundo”.
“Sua imaginação nos tornou mais ricos e sua morte nos deixa mais pobres”, disse Barroso.
O autor, nascido em Aracataca, na Colômbia, em 6 de março de 1927, morreu em sua casa, na capital mexicana. Ele lutava há 15 anos contra um câncer linfático.
(*) Com agências AFP e Folhapress