(Agência Fotosite )
O estilista mineiro Victor Dzenk salvou o primeiro dia de Fashion Rio, que começou na noite de quarta-feira (6) no Píer Mauá, Zona Portuária do Rio de Janeiro, e prossegue até o próximo sábado (9). A edição inverno 2014 do evento, que foi reduzida para quatro dias de desfiles e tem line up enxuto de apenas 16 marcas participantes, deu o pontapé na temporada com bola fora. A começar pelo horário tardio das apresentação, com início a partir das 20h30. A assessoria do evento justificou o novo horário informando que a Luminosidade, empresa que organiza o Fashion Rio, cumpriu determinação da Prefeitura do Rio de diminuir o fluxo de de veículos na região do Píer Mauá, antes das 18 horas, em função da interdição da Perimetral. Acrescidos da chuva que não deu trégua e do difícil acesso ao local do evento - convidados têm que desembarcar na entrada do Museu de Arte do Rio (MAR) para depois pegar outro veículo de acesso ao galpão onde foi montada a estrutura do evento - os desfiles das cariocas Patricia Viera e Alessa Migani deixaram a desejar.
Primeira a entrar na passarela, a marca Patricia Viera tinha tudo para fazer uma excelente apresentação, uma vez que o trabalho que a estilista homônima faz no couro é de excelente qualidade. Batizada de "Novo México", a coleção confundiu o olhar do espectador ao misturar muitos elementos na passarela. Faltou edição e a impressão que ficou é que Patricia reuniu todas as técnicas possíveis na roupa de couro em uma única apresentação. Do início com saião, calça flair, blusas e jaquetas em couro em bela estampa floral desenvolvida pela artista mineira Klaucia Badaró, passando pelo couro que imita renda, pintura em tie-dye neste material, couro com cara de tweed com foil metalizado, couro navalhado, descurtido e perfurado, com bordado de linha de flores e miçangas (parceria com a marca mineira Vivaz) chegando às imagens de carrancas de Bruno Bogossian, o caminho foi longo e cansativo.
Não bastassem às inúmeras técnicas desenvolvidas no couro e a cartela vibrante (de verde, azul, mostarda, amarelo, laranja, marrom, dourado, prateado e roxo), elementos como miniaturas de metais, franjas e miçangas deixaram a roupa de Patricia Viera com ar kitsch. Talvez uma edição mais resumida da coleção teria funcionado melhor.
Já o desfile de Alessa Migani não estava à altura de ma semana de moda. A estilista, que dessa vez não apareceu na passarela com sua particular alegria como comumente faz ao final do desfile (grávida de quatro meses de Antonia, ela cumpre repouso por recomendação médica), se inspirou na estética simplificada de Paulo Mendes da Rocha para desenvolver uma coleção pobre em elementos. Com cartela pontuada por branco, preto, cinza e pitadas de carmim, a modelagem da roupa Alessa aumenta significativamente os ombros e o resultado estético desagrada.
A estampa criada em homenagem ao arquiteto Paulo Mendes moderniza vestidos minimalistas e blazers alongados da coleção, ao mesmo tempo que a transparência de renda em macacão, saia e blusa e do em renda e o volume exagerado dos casacos de tweed é um contrassenso na passarela.
Apostas: calça flair de couro com estampa floral, vestido longo com renda de couro azul.