Felinos, como o grumpy cat, invadem mercado editorial, divertindo leitores

Patrícia Cassese / Hoje em Dia
25/01/2015 às 09:43.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:46
 (AFP / divulgação)

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Foi o ator Gérard Depardieu quem escreveu (em seu livro “As Cartas Roubadas”, de 1988). “O gato representa a liberdade, o que você quer ser (...) Quando você está em flagrante delito de felicidade, há sempre um gato atrás. Nos filmes de François Truffaut, quando os personagens estão felizes, há sempre um gato que passa”. Mas não, não precisa ir correndo atrás dos filmes de um dos ícones do cinema francês. Basta passar logo ali, nas prateleiras de qualquer livraria atenta aos lançamentos do mercado editorial. São vários, os recentes, dedicados aos felinos, aqueles seres que, incompreensivelmente, também inspiram ódio. Definitivamente, estamos pensando no outro contingente ao listar as tais novidades da hora.


A começar de “um livro azedo”, se é que esse adjetivo pode ser aplicado a um livro. O azedume vem atrelado ao Grumpy Cat, atualmente um dos felinos mais paparicados do mundo. Na verdade, trata-se de uma fêmea que, por algum arranjo genético, nasceu com os lábios inclinados para baixo, como se estivesse em um estado de constante mau humor... A dona da felina garante: ela é um doce de coco. Mas vamos fingir que não, apenas para dar vazão a todas as risadas que o livro “Grumpy Cat – Um Livro Azedo – Dicas e Atividades Para Você Ficar de Mal com o Mundo” (Belas Letras) suscita.


Exemplos? Grumpy diz que mora no Arizona, mas lembra: não está nem aí se o leitor nunca ouviu falar de lá. Lista as razões de odiar cachorros e ensina a quem quiser a ter um comportamento jiló (azedo). “Lembre-se de que você é um ponto insignificante neste planeta e que sua vida não tem propósito algum”. Uau! Grumpy aconselha como praticar a cara feia, oferece um caça-palavras azedo e ainda incita o leitor a fazer um desenho no livro – para ele criticar.
Mal-humorado, tal como Garfield. Ah, sim, por falar na famosa criação de Jim Davis é tema de outro lançamento recente: “Garfield: Volume 3” (Nemo, Editora Autêntica, 112 páginas, R$ 29,90).


Logo de cara, temos o felino laranja espinafrando Odie. Mas há outros personagens, como o rato Quentin. Na aventura “O Monstro Lasanha”, o gato enfrenta uma mutação que o seu prato favorito sofre, transformando-se num monstro que tenta destrui-lo. Dá para imaginar? Não bastasse, a Nemo também lançou, aqui, “A Bíblia Segundo o Gato” (200 páginas, R$ 49), do belga Phillipe Geluck, que traz temas tabus, como aborto e casamento homoafetivo.


Difícil é escolher um gatinho entre tantos que suscitam ‘own’


Escolher um gato não é tarefa das mais fáceis... Mas o Hoje em Dia pediu a alguns gatófilos para elencar um “famous” para chamar de seu (favorito). Alexandra Moraes, por exemplo, crava os nomes de Garfield e de Bob, o gato britânico que salvou a vida de um drogadito, James Bowen. “Gatos são inteligentes, carinhosos, amorosos e nos ajudam no exercício de amar sem egoísmo”, diz ela. Heloísa Gomes, por seu turno, diz curtir vários, “como a dupla de siameses malvados e trapalhões Si e Am, de ‘A Dama e o Vagabundo’, dos estúdios Disney, bem como o Simon’s cat e o mal humorado e hilário Grumpy Cat”.


“Gatos são charmosos, limpos e discretos, cheios de personalidade e manias, mas extremamente companheiros. Não são tão efusivos quanto um cão nas demonstrações de afeto por seus humanos, mas o afeto deles é sincero”. Um detalhe adicional, lembra, é que alguns gatos têm características que reconhecemos em nós mesmos. “Como o ciúme, o fato de se zangarem ou se magoarem com coisas que fazemos. Alguns são capazes de passar dias sem olhar para você, quando você volta após uma viagem”.
Os gatos conquistaram Pipa Brandão desde criança, por sua maneira independente e um certo “ar de mistério (risos)”. “Os gatos são, deliciosamente, ‘na deles’. Fiéis, companheiros, amigos de todos os momentos. Atendem pelo nome, aliás, aprendem muito rápido. Mas não espere deles o comportamento de um cão. Não! Para as pessoas que não sejam seus ‘humanos de estimação’, se forem do tipo que adoram, amam, ‘veneram’ os gatos – como eu! –, simplesmente se farão de “difíceis”, diz ela, que curte Tom, da dupla com Jerry. “Adoro! É o tipo do gato ao mesmo tempo ‘malandro’, ‘doce’, ‘ingênuo’ e muito, muito fofo! Sempre torço para ele, pois sempre leva a pior, coitadinho (risos). Não por acaso, adotei um gato e o batizei de Tom!”.


Christine Kinsky, gatófila de São Lourenço, pondera que gatos são charmosos por conta da tranquilidade, autocontrole e ar de independência. “E adoro o Garfield. Exatamente por ele ser light, tranquilão... e esperto!”. 

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