Fernando Meirelles usa arte para defender meio ambiente

Agência France Presse
24/09/2015 às 18:23.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:51
 ( Itamar Aguiar/Pressphoto/Arquivo Hoje em Dia)

( Itamar Aguiar/Pressphoto/Arquivo Hoje em Dia)

Não há como separar o diretor Fernando Meireles de filmes como "Cidade de Deus" ou "O Jardineiro Fiel" - mas seu papel como militante contra o aquecimento global também é digno de resenha. Em 2015, Meirelles se divide entre as funções de criador de espécies nativas em sua fazenda, no Rio Grande do Sul, e futuro correspondente durante a Conferência do Clima de Paris (COP21), que ocorrerá em dezembro. É claro que também há lugar para a sétima arte. Meirelles prepara duas séries de ficção sobre o aquecimento global e os grandes desafios da humanidade: um para a BBC Internacional e outro financiado pela Amazon.  "São raros os filmes sobre esse tema que são bem sucedidos", disse o cineasta nesta quinta-feira durante uma palestra no VIII Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação (CBUC), que ocorre em Curitiba até esta sexta-feira.

"O mercado não tem interesse. Por isso, o que vamos ver não é uma série sobre o aquecimento global. Vamos vendê-lo como um 'thriller' político, com ação, sequestros. O tema é o aquecimento, mas vamos vendê-lo como uma peça de ação", explicou Meirelles, após fazer uma apresentação para ambientalistas sobre como montar e contar uma história.

O cineasta, que já dirigiu documentários sobre o tema, filmará em 2016 uma saga de seis capítulos que o fará dar a volta ao mundo munido de um gordo orçamento, segundo detalhou, para relatar histórias sobre uma das principais ameaças para a vida. "Realmente a coisa está feia. Mas se ficarmos muito pessimistas, não faremos nada, as pessoas abandonam o tema e entregam tudo nas mãos de deus. É preciso deixar uma porta de saída", disse. Ele falou durante um evento organizado pelo Grupo Boticário que reuniu a nata do ambientalismo brasileiro e algumas grandes figuras internacionais. Lá, contou que será jurado de um festival de curta-metragens com a temática ambiental durante a conferência climática de Paris em dezembro.

Mas como não faz parte de nenhuma organização e nem é membro do governo, teve que conseguir um novo emprego para poder participar da Conferência de Paris. "Para assistir, só indo como jornalista mesmo. Então, falei com a Folha (de S. Paulo) e perguntei: 'vocês precisam de um repórter?' Não sou jornalista e nem sei escrever, mas se me conseguissem uma credencial, [disse que] trabalharia de graça", contou.

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