Festa de 50 anos da diretora da 'Vogue' gera revolta por temática considerada racista

Da Redação
10/02/2019 às 22:05.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:29
 (Reprodução/Instagram)

(Reprodução/Instagram)

A festa de 50 anos da socialite e diretora da "Vogue Brasil", Donata Meirelles, gerou revolta nas redes sociais pela temática considerada racista. O evento aconteceu nessa sexta-feira (8), no Palácio da Aclamação, em Salvador (BA), e contou com a presença de celebridades como Caetano Veloso, Ivete Sangalo e Preta Gil, além de outros artistas e empresários.

Muitos internautas e ativistas acusaram a socialite de racismo por conta da decoração que remetia ao período colonial, marcado pela escravidão negra. Uma das imagens que mais causou revolta foi a da cinquentenária sentada em uma cadeira em meio a duas mulheres negras fantasiadas com roupas brancas. As críticas relacionavam a cena às antigas fotos das "cadeirinhas de carregar", em que dois negros escravos levavam uma figura branca ao centro. 

Repercussão

Após a polêmica, a socialite usou o Instagram para se explicar. "Ontem comemorei meus 50 anos em Salvador, cidade de meu marido e que tanto amo. Não era uma festa temática. Como era sexta-feira e a festa foi na Bahia, muitos convidados e o receptivo estavam de branco, como reza a tradição. Mas vale também esclarecer: nas fotos publicadas, a cadeira não era uma cadeira de Sinhá, e sim de candomblé, e as roupas não eram de mucama, mas trajes de baiana de festa", disse.

Na publicação, Meirelles pediu desculpas por ter gerado incômodos. "Ainda assim, se causamos uma impressão diferente dessa, peço desculpas. Respeito a Bahia, sua cultura e suas tradições, assim como as baianas, que são Patrimônio Imaterial desta terra que também considero minha e que recebem com tanto carinho os visitantes no aeroporto, nas ruas e nas festas. Mas, como dizia Juscelino, com erro não há compromisso e, como diz o samba, perdão foi feito para pedir". 

Entre as figuras públicas que criticaram a socialite está a cantora Elza Soares. Em sua página no Instagram, Elza postou uma foto que recria a imagem das "cadeirinhas de carregar" protagonizando as pessoas negras. No texto, a artista enfatizou que "felicidade às custas do constrangimento do próximo, seja ele de qual raça for, não é felicidade, é dor". "O limite é tênue. Elegância é ponderar, por mais inocente que sua ação pareça", afirmou.

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