(Tiago Rocha)
Duelo de MCs está na batalha, mais uma vez. Correndo contra o tempo para realizar em 23 de novembro o “Duelo Nacional”, seus organizadores – a trupe Família de Rua – já inscreveram o projeto [TEXTO]na campanha de arrecadação coletiva pelo Catarse e promove neste domingo (2) a festa “Uma Batalha de Todos Nós”.
O evento acontece a partir das 16 horas na casa de shows Granfinos onde sobem ao palco o belo-horizontino Douglas Din e, de São Paulo, o trio Rashid, Slim Rimografia (ex-BBB) e Thiago Beats. No intervalo dos shows estão previstas apresentações de dança e discotecagem do DJ Junim Bumbep. Já no segundo lote, a entrada custa R$ 30. Toda a bilheteria será destinada ao projeto.
Na luta
Integrante do Família de Rua, Ped[/LEAD]ro Valentim, o PDR, destaca que os artistas que se apresentam são referências do cenário nacional da cultura Hip Hop. “Todos eles se ofereceram para participar desse evento, mas para que a Final aconteça precisamos arrecadar R$ 9 mil restantes (no Catarse o Duelo recebeu até agora cerca de R$ 17 mil) ou seja, precisamos lotar a casa”, explica PDR.
Outro nome que também tenta ajudar na realização do Duelo no fim do ano é o artista plástico Binho Barreto. Especialmente para a campanha, ele criou um desenho e doou o único original pedindo como recompensa o valor de R$700. O apoiador também fatura DVD, camiseta e adesivo. Outras 50 gravuras da mesma arte foram impressas e estão sendo vendidas a R$ 60 cada.
Sobre a importância e reconhecimento do evento para a cidade, PDR pontua que enquanto nos primeiros encontros (em 2007) ele reunia tímidos 20 participantes, no ano passado o Duelo Nacional levou para debaixo do Viaduto Santa Tereza um público de aproximadamente 5 mil pessoas.
"Viagem no vagão da Lia" no Memorial
A partir das 11 horas deste sábado (1) o Memorial Minas Gerais Vale (Circuito Cultural Praça da Liberdade), recebe o lançamento do livro “Viagem no Vagão da Lia”, da escritora mineira Celina Maria Coelho.
A obra é baseada nos relatos de Maria de Oliveira (1941–2013), moradora de Contagem, na Grande BH, conhecida por vizinhos, familiares e amigos como “Lia”.
Na narrativa, o leitor é convidado a conhecer a vida de Lia desde antes de conquistar um vagão de trem da extinta Central do Brasil – espaço que se transformou em sua morada e abrigo de plantas e bichos.
“As escolhas de Lia por esse caminho chamavam a atenção de todos que a conheciam. Ela atraiu olhares da mídia, de estudantes e curiosos”, recorda Celina, que conviveu com a personagem por mais de dez anos.
“Quando entrei no vagão pela primeira vez foi um choque, mas é curioso porque apesar do impacto aquele vagão provocava encantamento”, revela.
A escritora recorda que Lia, que viveu do lixo que catava, fazia dele não apenas dinheiro, como arte.
“Ela escolhia o que levar e eram somente coisas que, em algum momento, realmente tiveram beleza. Sua noção estética era incrivelmente apurada”.
“Ela sempre me dizia: ‘eu não entendo como o povo não vê tanta riqueza na rua’. Ela acreditava no lixo como fonte de renda”, recorda Celina, que decidiu escrever o livro depois de organizar fotos e reportagens que Lia guardava em uma caixa de papel.
Somente neste sábado (1), o livro será vendido a R$ 15, mas as primeiras 50 pessoas que chegarem ao Memorial serão presenteadas com um exemplar.