Festival Cinecipó põe foco em questões de gênero, raciais, feministas e indígenas

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
12/09/2017 às 17:59.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:31
 (PANO PRETO FILMES/DIVULGAÇÃO)

(PANO PRETO FILMES/DIVULGAÇÃO)

O Cinecipó – Festival do Filme Insurgente não viu outra saída a não ser se multiplicar em dois para dar conta de uma produção em franco crescimento: os filmes de baixo orçamento dedicados a problemáticas de gênero, raciais, indígenas, ambientais e fundiárias. Realizado há sete anos na Serra do Cipó, o festival é também promovido, desde 2015, na capital mineira, com uma programação específica. “A gente recebe muito filme de qualidade e fazer em Belo Horizonte é uma forma de ampliar o público”, observa o organizador Cardes Monção Amâncio. Esta versão do evento começa amanhã, no Sesc Palladium, com entrada franca. Até este domingo, serão exibidos 45 filmes de diversos países, entre longas e curtas-metragens. Do Brasil, todas as regiões estarão representadas, como faz questão de frisar o organizador. Outra razão para se comemorar é o aumento da presença feminina por trás das câmeras no que diz respeito às questões sociais. “Dos filmes selecionados, 45% são assinados por mulheres sozinhas, em parceria com homens, em coletivos integrados por mulheres ou trans”, salienta Amâncio. VariedadeEntre os destaques do festival está o documentário “O Outro Lado da Tecnologia”, do espanhol José Pietro. “O filme mostra o lixo eletrônico dos países ricos enviado para os subdesenvolvidos–especialmente para a África–poluindo o solo e o meio ambiente”, adianta Amâncio. Ainda na questão ambiental, um trabalho interessante é o curta “Bela e Banguela: A Musa da Guanabara”, de Marcelo Goulart, que retoma um filme produzido há 15 anos, sobre a baía no Rio de Janeiro, para discutir a importância da preservação. Sobre a diversidade de gênero, o curta gaúcho “Pobre, Preto e Puto”, de Diego Tafarel, é um dos títulos que mais chamam a atenção. Morando embaixo da ponte, o protagonista Nei d’Ogum é “muito consciente sobre a sua opção sexual, analisando a sua trajetória num bairro simples”.  No caso dos filmes indígenas, um tema comum é a demarcação de terras, “que não é exclusiva dos índios”, como sublinha Amâncio. “É uma preocupação urbana também, já que as pessoas, não só os pobres, têm dificuldades de adquirir uma propriedade, por ser muito cara”. Cinepó – Festival do Filme Insurgente. A partir de amanhã no Sesc Palladium (Avenida Augusto Lima, 420–Centro). Programação completa em cinecipo.com.br/selecionados-2017/

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