Festival de Brasília atesta força do cinema mineiro

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
24/09/2018 às 19:03.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:37
 (JÚNIOR ARAGÃO/DIVULGAÇÃO)

(JÚNIOR ARAGÃO/DIVULGAÇÃO)

 Um dia após subir ao palco do Cine Brasília para receber o troféu de melhor filme por “Temporada”, no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, o diretor André Novais Oliveira mal teve tempo para comemorar, às voltas com um projeto para enviar para um edital. “Chegamos (a Belo Horizonte) e já fomos trabalhar. O troféu está na produtora agora”, avisa. E trabalho é a melhor maneira para definir o momento atual do cinema mineiro, que saiu de Brasília com vários Candangos embaixo do braço. É a terceira vez consecutiva que a produção mineira ganha o principal prêmio no festival. Os outros dois foram “A Cidade Onde Envelheço”, de Marília Rocha, e “Arábia”, de Affonso Uchoa e João Dumans. “O que creio ser relevante notar nesses três casos é como os filmes são a culminação de um processo de amadurecimento e constante produção não apenas dos indivíduos que dirigiram os filmes, mas também dos grupos e universos onde estão inseridos (as produtoras Teia e suas ramificações, Katasia e Filmes de Plástico)”, destaca Eduardo Valente, curador do Festival de Brasília. Ele sublinha que “esse tipo de trabalho que já chega a quase ou mais de dez anos, nos três casos, representa um esforço constante de evolução impossível sem políticas públicas sistemáticas –note a presença essencial do Filme Minas na carreira de todos– e de uma inteligência de percepção e trabalho junto com os pares internacionais”.  Muitos prêmiosA presença minera “explodiu” na telona do Festival, com filmes autorais e provocativos. Além do prêmio de melhor filme, “Tempor<CW0>ada” foi agraciado com os troféus de melhor atriz (para a mineira Grace Passô, também importante dramaturga) e ator coadjuvante (Russão). A produtora Filmes de Plástico, pro sinal, é uma velha habitué do festival.  Coprodução com Pernambuco, “Conte Isso Àqueles que Dizem que Fomos Derrotados”, de Aiano Bemfica, Camila Bastos, Cristiano Araújo e Pedro Maia, feito durante ocupação em BH, levou o de melhor curta. Nesta categoria, também se destacaram “Mesmo com Tanta Agonia”, de Ana Alice Drummond, e “Plano Controle”, de Juliana Antunes.  Novais aponta o aumento da produção e o surgimento de cursos livres e de graduação também têm papel relevante neste momento efervescente. “Em comum, há uma pegada autoral, mas ao mesmo tempo é bem diverso, com vários tipos de filmes”, analisa o cineasta, que deverá lançar “Temporada” no circuito comercial no primeiro semestre de 2019.

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