Festival de Gastronomia de Tiradentes se encerra com sabor de quero mais

Frank Martins - Hoje em Dia
31/08/2014 às 14:23.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:01
 (Frank Martins)

(Frank Martins)

Sensação de saciado, mas com vontade de repetir o prato. Assim termina o 17o Festival Cultura e Gastronomia de Tiradentes. Foram duas semanas repletas de descobertas de diferentes sabores das regiões do Brasil e de momentos cheios de gostos, cultura e diversão, neste que é o maior encontro da gastronomia do país.

Os famosos festins - jantares que oferecem uma experiência gastronômica única de sabores e que são elaborados por chefs convidados pelo evento, neste ano saíram das pousadas e foram para os restaurantes Angatu, Pacco & Bacco e Trattoria Via Destra. Ao todo 15 chefs, de várias partes do Brasil, foram convidados para este intercâmbio.

Um dos organizadores do festival, Rodrigo Ferraz, destacou essa mudança. "Acho que nós conseguimos atingir dois grandes objetivos que tínhamos antes do evento. O público notou o nosso esforço em viajar pelo país para descobrir novos sabores, novos chefs e novos pratos. O outro grande sucesso foi fazer os festins nos restaurantes da cidade. Nós temos que integrar e temos que fazer um festival de gastronomia de Tiradentes, e não em Tiradentes" explicou.

No último dia de evento a chef amapaense Solange Batista foi a grande atração. Com o curso de 'Tartarugas para Maiores', ela, em companhia do seu marido Morubixaba Batista, mostraram como abrir e limpar uma tartaruga para ser servida em refeições. "O povo do Norte não come tartaruga dos os dias. Elas são feitas apenas em ocasiões muito especiais", conta a chef. A carne de tartaruga, além de ser muito exótica, é de difícil comercialização. Não existem matadouros desse animal e o transporte dessa carne não é regulamentado no Brasil. Com isso, as tartarugas são criadas em cativeiros e têm que ser abatidas no local de preparo.

Outro sucesso no festival e uma das atrações mais disputadas foram as aulas no Espaço Interativo Senac. No local, chefs de grandes restaurantes de Minas Gerais dividiram a bancada com o público na preparação dos pratos. A empresária Lúcia Magalhães ficou maravilhada com a oportunidade de preparar um prato mais elaborado. Além de tomar dicas e notas, ela mesma manipulou os ingredientes e mostrou para todos. "Fiz questão de tirar uma foto e colocar no Instagram para que meus amigos pudessem ver e curtir este momento comigo", disse a mulher.

Palco de uma variedade de sotaques, temperos, aromas e ingredientes, o festival gastronômico de Tiradentes é um lugar para se interagir e aprender. E a cidade agradece. Segundo dados do IBGE, em 10 anos, o setor de serviços - restaurantes, pousadas, bares e lojas - cresceu mais de 300%, e representa mais de 50% do PIB total da cidade. A terra de Joaquim José da Silva Xavier só tem a agradecer pelos momentos únicos e saborosos.

Moda e cozinha

Responsável por vestir a maioria dos grandes chefs da cozinha mineira, o alfaiate Marcelo Blade ganhou um espaço importante no Festival de Cultura e Gastronomia de Tiradentes. Como o evento não tem um badulaque oficial para se levar de lembrança, as galinhas 'puxa-saco' do excêntrico costureiro foram adotadas como souvenir predileto de quem passou pelo festival.

"Aposto na criatividade para cativar a clientela. Nossa comida é informal, descontraída, e isso se reflete na forma como me visto para trabalhar e como quero vestir os chefs", conta Marcelo, que preza pelo conforto antes de tudo. Ele ainda afirma: "a pior coisa que pode existir é um cozinheiro mal humorado e que não esteja à vontade. Isso reflete na comida dele e o cliente sente. Acredite. Falo isso por experiência".

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