Festival IMuNe celebra a produção artística negra de BH

Jéssica Malta
jcouto@hojeemdia.com.br
06/12/2017 às 17:41.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:05
 (Luiz Garrido/Divulgação)

(Luiz Garrido/Divulgação)

Chico César é o convidado de honra do festival que celebra um ano da plataforma IMuNe – Instante da Música Negra e reúne, no sábado, importantes nomes do cenário artístico negro de Belo Horizonte.

Idealizadora e produtora do projeto, que visa o fomento, a produção e a divulgação da música feita por artistas negros e negras, Bia Nogueira conta que escolha de César não foi por acaso. “Para nós é simbólico tê-lo no festival. Não poderia ser um nome mais acertado, porque a própria obra dele é muito reflexiva sobre o racismo e sobre as diferenças sociais no Brasil. A presença dele é consonante com a ideologia por trás do IMuNe”, explica ela.

Outro músico que se junta a celebração é Sérgio Pererê, que garante uma apresentação animada. “Vou dar uma pincelada na minha carreira e também faço uma participação no show do Rodrigo Negão, que é um dos caras que gosto bastante desse momento atual da cena de BH”, adianta.

O músico, que esteve também em outros eventos organizados pela plataforma, destaca sua relação com o projeto.“Eu fui um dos padrinhos do IMuNe, conheço os artistas que estão envolvidos, são pessoas que gosto e considero muito. É muito bacana fazer parte dessa história e contribuir com ela”, diz.

Pererê ressalta a relevância da iniciativa. “A grande importância do IMuNe é fazer com que as pessoas percebam que existe uma cena negra em Belo Horizonte, porque às vezes a sensação é de que ela não existe”, observa ele, que destaca, inclusive, a força do atual cenário artístico negro da capital. “É algo que sempre existiu, mas estamos em um momento em que muitos artistas, de várias áreas, estão despontando. Não por causa de oportunidades, porque elas sendo poucas, mas sim pela compreensão que esses artistas têm da força da nossa união”, pontua.

Programação

“A presença do Pererê é muito significativa, porque ele tem uma visada coletiva”, diz Nogueira. Além do músico mineiro, o IMuNe celebra seu primeiro ano com um grande time de convidados – são dez artistas.

“Convidamos também a Azulla, que é uma drag, e a The Pulso in Chamas, que só tem drags também. Estamos fazendo um evento negro e trazemos mulheres e artistas com essa pegada LGBT. Isso nos coloca nesse lugar de pensar várias formas de expressão”, destaca Nogueira, que diz ter planos de expansão “Queremos transforma-lo numa plataforma nacional de divulgação de músicos negros”.

Serviço: Festial IMuNe, sábado, no Mercado Distrital do Cruzeiro (rua Opala, s/n – Cruzeiro). Ingressos R$ 20

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