(Netun Lima/)
Duas importantes sinfonias serão interpretadas pela Filarmônica de Minas Gerais, amanhã no Palácio das Artes. A nº 38, de Mozart, um exemplo típico do Classicismo do século 18; e a nº 9, de Mahler, um símbolo marcante do Romantismo tardio. Com regência do maestro Fabio Mechetti, a interpretação dessas complexas sinfonias mostra ao público o desenvolvimento artístico da Orquestra.
Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) concluiu a “Sinfonia nº 38 em Ré maior, K. 504”, ao fim de 1786 e mostra uma densidade de pensamento musical e amplo domínio de suas composições, entrando em seu último período criativo. Assim como o “Concerto para piano nº 25”, a peça foi criada para o público de Praga e traz a particularidade de não usar clarinetes, tão comum nas obras de Mozart.
A composição ficou conhecida como a “Sinfonia de Praga” e marcou a obra de Mozart com um grande salto qualitativo em suas criações sinfônicas. O público apreciou tanto as inovações que logo foi encomendada uma ópera que se tornou um dos grandes sucessos de Mozart: “Don Giovanni”, que tem grande influência desta sinfonia.
Em seguida, será executada a “Sinfonia nº 9 em Ré maior”, de Gustav Mahler (1860-1911). Última obra concluída do compositor, a “Nona” traz um convite para o deleite em uma complexa e elaborada interpretação. Nela, cada instrumento é explorado na plenitude de sua capacidade expressiva e leva os músicos e o público a limites musicais até então impensados.
Mahler chega ao final de uma busca obstinada com uma espécie de trilogia da despedida – “A Canção da Terra”, a “Nona Sinfonia” e a “Décima Sinfonia”, inacabada. Dialoga com a tradição, assimila, transforma, depura, como podemos verificar no diálogo entre suas próprias criações.
Série Vivace – Amanhã, às 20h30, no Grande Teatro do Palácio das Artes (av. Afonso Pena, 1537 – fone: 3236-7400). Plateia I: R$ 70 e R$ 35 (meia). Plateia II: R$ 54 e R$ 27 (meia). Plateia Superior: R$ 36 e R$ 18 (meia).