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Com 25 anos de carreira, Shirley King, a “filha do blues”, já se apresentou com as principais referências do gênero. Gente como Bobby Bland, Albert King, Little Milton, Tyrone Davis, Otis Clay, Jerry Butler, Koko Taylor, Lonnie Brooks, Eddie Clearwater, Billy Branch... e, claro, o pai dela, B.B. King.
Morto recentemente (dia 15 de maio), o gigante do blues será devidamente homenageado nesta sexta-feira (24), pela filha, que aterrissa em BH a bordo do projeto “BH Jazz & Blues”. “Eu realmente sinto muita falta dele, e agora quero pegar tudo o que ele vinha fazendo, tudo o que me mostrou. Tenho muito orgulho de sua obra”, disse Shirley, ao Hoje em Dia.
Nascida em Memphis, Shirley começou “tarde” na carreira musical. Nascida em 1949, foi apenas em 1990 que assumiu sua opção pelos palcos. Mas em apenas seis meses já era cantora regular do Kingston Mines, uma das principais casas noturnas de Chicago, considerada a Meca do blues.
Mesmo já contabilizando uma boa estrada, ela ainda se confessa na expectativa quanto à receptividade do público. Detalhe: em 2011, Shirley esteve no país, ainda que para uma pequena turnê, mas, agora, espera que a animação dos mineiros seja similar à demonstrada pelo público que a assistiu na ocasião. “Se o público agora tiver o mesmo ânimo da última vez, será uma coisa grandiosa”, aposta.
Resgate
Shirley prepara um trabalho minucioso de resgate da obra do pai. Os mais de 65 anos de carreira de seu genitor estão sendo esmiuçados para que seja possível trazer à luz gravações que ficaram apenas nos antigos discos e que nunca chegaram a ser interpretadas ao vivo.
“Estou me dedicando muito à pesquisa e às suas velhas canções, resgatando os discos antigos e músicas que ele ouvia na minha infância. Quero me conectar às pessoas e à forma como ele vivia sua música”.
Um toque mineiro
Para deleite dos blueseiros de BH, um mineiro já figurinha carimbada estará no palco nesta noite. O guitarrista, compositor e cantor Gustavo Andrade é um dos que acompanharão Miss King. Com um longo e sólido trabalho na “defesa” do blues das alterosas, foi ele a receber a diva em Confins. “Uma honra imensa, claro. Até pouco tempo atrás, era impensável tocar com uma pessoa da família do B.B. King. Hoje em dia, é a Shirley a pessoa que tem o legado do blues, é a representante do blues no mundo, como seu pai era”, afirma.
Além de Gustavo, Shirley ainda contará com os argentinos Nico Smoljan e Juan Codazzi, fazendo uma junção entre o blues sul-americano e a mais pura essência do estilo, com direito a herança de sangue. “Uma coisa única, que só poderá ser vista aqui, em BH”. No repertório? Clássicos do rei do blues, e também do repertório regular de Shirley “The Daughter of Blues’ King”.
“BH Jazz & Blues” – Tributo a B.B. King com show de Shirley King. Nesta sexta-feira, às 20h, no The Black Market (Rua Sinval de Sá, 410, Cidade Jardim – 3226-9807). Ingressos open bar: R$ 220 (masc) e R$ 180 (fem).