(Divulgação)
A “lenda” da garrafa lançada ao mar com uma mensagem em seu interior é o mote de uma bela história que, das telas dos cinemas, chega agora às prateleiras das locadoras: “Uma Garrafa no Mar de Gaza”, de Thierry Binisti. A “lançadora” da garrafa é Tal (Agathe Bonitzer), uma jovem francesa que, junto à família, passou a morar em Israel. A garrafa atravessa o mar citado e chega à praia de um dos territórios palestinos. Um grupo de jovens quebra o objeto, mas, como a mensagem está em inglês, apenas um é capaz de decifrar o conteúdo, que inclui um desabafo: Tal questiona o sentido de alguém amarrar uma bomba em seu próprio corpo para detoná-la, num café lotado. O atentado ao qual ela se refere tem, entre as vítimas, uma moça de sua faixa etária. Tal também trata de colocar seu e-mail, em busca da resposta. E logo, instigado, um dos garotos, Naim (Mahmud Shalaby) responde. Logo, a agressividade inicial dele arrefece e os dois passam a esperar, ávidos, por mensagens do “outro lado” – evidentemente, tudo no mais absoluto sigilo. Claro também que o intercâmbio de e-mails logo é percebido. E a reação é das mais violentas, tanto do lado da família de Tal quanto dos compatriotas de Naim. Sem contato físico, eles apenas trocam fotografias, enquanto seus povos seguem na rixa sangrenta. Uma cena fortíssima traz imagens reais de crianças palestinas mortas. O outro lado, claro, também sofre suas baixas e o temor constante de fazer atividades prosaicas, como andar de ônibus. No caso do filme, existe uma luz no fim do túnel. E ela atende pelo nome de Paris. O desenlace desta história de amor fica em aberto, assim como a conciliação entre os dois povos na vida real. Por enquanto, a de se lamentar os fomentos diários ao cismo lidos nos noticiários.