Filme derivado da novela do SBT entra em cartaz – e inspira fãs em BH

Paulo Henrique Silva - Hoje em Dia
15/07/2015 às 06:58.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:54
 (Luiz Costa)

(Luiz Costa)

Maria Joaquina não é propriamente uma vilã, mas passou boa parte de “Carrossel” sendo chamada de “chata” e “mimada” pelos colegas da Escola Mundial. A despeito desse lado “antipático”, a atriz Larissa Manoela virou a sensação da telenovela exibida no SBT entre 2012 e 2013 (atualmente em reprise) – e ganhou fãs como a mineira Bianca Castro.

Basta uma visita ao Instagram de Larissa – que recentemente sofreu um acidente de cavalo e postou fotos com um colar cervical – para ver o quanto a atriz é popular. E querida.

É para esse séquito que o filme baseado na novela promete ser a sensação dessas férias (a estreia oficial de “Carrossel – O Filme” é dia 23, mas, neste final de semana, já haverá sessões de pré-estreia). Gente como Bia, 14 (mesma idade que Larissa!), fã de carteirinha. “Por causa dela, desisti do balé, do canto e da natação, para fazer teatro”, conta.

Bia está perto de ganhar a sua chance na TV e, neste momento, prepara o seu “cartão de visitas”: o programa “Bia Top Teen”, que entrará no ar no próximo mês, na web. O apoio dos pais é total, mas a mãe, Daniela, confessa: não via a escolha com bons olhos. “Tudo aconteceu a partir dela”.

Amigas

Pouco depois de se matricular numa escola de teatro, Bia realizou o sonho de muitas contemporâneas: ficou frente a frente com Larissa, no projeto “Passarela”, que promove testes a milhares de aspirantes mirins a atores, em várias capitais. E mais: a moradora do bairro Nova Suíça deixou de ser fã para se tornar amiga da protagonista de “Cúmplices de um Resgate”, próxima novela do SBT, prevista para agosto.

“Metida? Nada disso. Pessoalmente, ela é muito legal”, afirma Bia, sobre Larissa, a quem geralmente vai buscar, ao lado dos pais, no aeroporto de Confins, quando a atriz vem a BH. Nesta quinta-feira (15), quando o elenco de “Carrossel” estará reunido para uma pré-estreia especial do filme, em São Paulo, a fã mineira estará presente.

“Faremos matérias com todos os meninos para o programa”, explica Daniela, que está à espera de um convite de Cininha de Paula e Luís Antônio Rocha (diretores da Globo) ou de Beto Siqueira, preparador de crianças de outra novela infantil de sucesso do SBT, “Chiquititas”, ainda em exibição.

Chiquititas

Após enxergar o potencial de Bia, Beto, por sinal, está acompanhando de perto a ascensão da garota – recomendou, por exemplo, o curso de teatro da PUC Minas. E por falar em “Chiquititas”, Bia também é amiga de Giulia Garcia, a Ana da novelinha. “Nós, as mães das atrizes infantis, acabamos criando um vínculo e hoje temos uma amizade grande”, registra Daniela.

Tanto é assim que, no último sábado, mãe e filha estavam nos bastidores da ação promocional de “Carrossel”, realizada no Minas Shopping, quando dois atores – Gustavo Daneluz e Esther Marcos – posaram para fotos e distribuíram autógrafos para os fãs. “Além de fazer entrevistas com eles, rimos muito e contamos casos. E perguntavam sobre o programa”, registra Bia.

‘Carrossel – O Filme’ segue filão de longas para crianças

“Carrossel” é a grande aposta do cinema nacional para recolocar o gênero infantil entre as maiores bilheterias do país – posto ocupado pelo quarteto cômico Trapalhões e pela apresentadora Xuxa nas décadas de 1970, 80 e 90.

A diferença agora é que, no lugar de adultos se fazendo de crianças, são elas que protagonizam a história, valorizando questões como amizade e tolerância racial (sim, o esperado beijo entre Cirilo e Maria Joaquina irá acontecer).

“O que é fantástico em ‘Carrossel’ é que era um programa exibido e produzido por uma TV aberta, num horário (na parte da noite) que não é considerado o mais apropriado para as crianças. Hoje não há mais opção para o público infantil nos canais abertos”, ressalta o diretor Guilherme Fiúza.

Respeito

Realizador de “O Menino no Espelho”, transposição para tela grande do livro de Fernando Sabino, Fiúza registra que o mais importante é respeitar a inteligência da criança. “O que víamos na televisão era uma linguagem mal preparada e trabalhada, como se a criança fosse imbecil”.

No cinema, Minas Gerais ajudou a frear a relação do gênero com a venda de produtos, oferecendo, como Fiúza assinala, melhor qualidade artística. “Vou botar o dedo na ferida: temos uma proposta real para esse público. Não queremos que ele o engula como um produto a ser comprado e licenciado”, analisa.

Além de Fiúza, que pretende enveredar novamente pelo cinema infantil, outro nome mineiro importante é Helvécio Ratton, de “A Dança dos Bonecos”, “Menino Maluquinho”, “Pequenas Histórias” e, recentemente, de “O Segredo dos Diamantes”.

O realizador de “O Menino no Espelho” destaca que o gênero que vem ganhando um empurrão com a realização de editais específicos, tanto no plano federal como nas esferas estaduais, principalmente na região sul.

Atores enveredam por grupo musical para adolescentes, o 4Joy

Por volta das 13h, quando a fila de fãs de “Carrossel” começava a diminuir, o ator mirim Gustavo Delanuz contabilizava mais de 3 mil fotos tiradas ao lado da colega de elenco, Esther Marcos. Eles vieram para BH no último sábado para participar de uma sessão especial no Minas Shopping.

Durante as quatro horas de trabalho, interrompido apenas para dar um alô aos espectadores antes de a projeção começar, Gustavo se esforçou para não deixar nenhuma criança desapontada. Aos garotos, perguntava se eram atleticanos ou cruzeirenses.

Já Esther Marcos não se continha ao ver uma criança de colo, pedindo para carregá-las. Ao Hoje em Dia, a intérprete de Margarida observou que o trabalho no cinema é muito diferente da TV. “Enquanto na novela fazíamos várias cenas por dia, num filme às vezes levamos horas para fazer apenas uma”.

A dupla escolhida para divulgar a produção em BH está junta em outro trabalho. “Criamos um grupo musical, o 4Joy, ao lado de outros dois integrantes de ‘Carrossel’: Stefany Vaz e Léo Belmonte. Vamos trabalhar com uma faixa etária um pouco acima”, adianta o Mário da novela.
 
Após integrar a comissão de seleção do Festival Internacional de Cinema Infantil, Fiúza comemora um boom de curtas do gênero. “Consigo perceber uma qualidade e um conteúdo melhores”

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