Flávio Venturini comemora 70 anos em concerto no Teatro Sesiminas

Paulo Henrique Silva
15/07/2019 às 19:08.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:33
 (Ângelo Ávila/Divulgação)

(Ângelo Ávila/Divulgação)

Flávio Venturini completa 70 anos no próximo dia 23. O “parabéns pra você”, como não poderia deixar de ser, acontecerá em cima do palco, neste sábado, no Teatro Sesiminas. Músicas de sucesso, como “Espanhola” e “Nascente”, estarão presentes, mas num formato inédito, a partir de uma linguagem erudita baseada em oito contrabaixos, representados pelo grupo DoContra.
 
O material, que levou dois anos para ficar pronto, ganhou a forma de CD, intitulado “Paraíso”, que será lançado neste fim de semana. “Foi um desafio gravar este disco, principalmente por ter que dar cara nova a músicas consagradas. Tive que realmente mergulhar na obra de Flávio, mesmo nas músicas que as não entraram no disco, pra trazer esta sonoridade”, observa Neto Belloto, responsável pela direção musical e arranjos.
 
“É um presente de aniversário”, comemora Venturini, em entrevista ao Hoje ao Dia, direto de Lisboa, onde encerra hoje uma pausa para descanso de 15 dias antes de voltar às turnês.“Com oito contrabaixos, você pode imaginar uma orquestração mais grave. Mas não. Eles foram muito criativos. É muito interessante ver as várias fases de minha carreira com uma linguagem inovadora”, assinala o artista, que também comemora 45 anos de carreira. 

Com músicos oriundos da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, o DoContra já prepara CD com música instrumental brasileira, reunindo composições de norte a sul do Brasil, como de Ivan Lins, João Bosco, Tom Jobim, Villa-Lobos, Edu Lobo, Chico Buarque, Milton Nascimento e Lô Borges

Orquestra maluca

O “namoro” com Venturini começou há três anos, quando o DoContra enviou uma gravação com novos arranjos para “Nascente”. O retorno do cantor mineiro foi muito positivo, o que os motivou a juntar forças. Além dos contrabaixos, que, segundo Belotto, soam como se fossem uma orquestra de cordas, com afinações diferentes, a gravação ganhou uma banda e outros instrumentais como oboé, vibrafone, marimba, teclado e piano. “No final das contas, virou uma orquestra maluca, com formações diferentes”, registra.
 
O contrabaixista gosta de ver a reação da plateia nos primeiros minutos de show. “Eles ficam realmente sem saber o que está acontecendo, vendo aquela coisa maluca, até se acostumarem”, salienta. A presença dos oito contrabaixos, enfileirados, também chama a atenção. “Como é um instrumento grande, fica parecendo um paredão, proporcionando um espetáculo diferente de se ver”, adianta Belloto.
 
Tanto o disco como o show reservam algumas surpresas. Uma delas na música “Espanhola”, que tem a participação do coral Madrigale e entra “numa onda inglesa de misturar orquestra com banda de rock e coro por cima”. Outra novidade é a música-título “Paraíso”, que concretiza o desejo de Venturini em gravar as músicas de Ennio Morricone para o filme “Cinema Paradiso”.
 
“É uma trilha que emociona todo mundo. Juntamos dois temas do filme, com o (poeta) Murilo Antunes fazendo a letra para a primeira parte. Na segunda, canto em italiano, homenagem à origem da minha família”, conta Venturini. Ele aguardava a possibilidade de gravá-la desde 1994. Como na época não havia internet, o compositor não conseguiu contatar a editora para ter a autorização.

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