Fotógrafa mineira retrata povos da Ásia e do Xingu em mostra

Bernardo Almeida
11/09/2019 às 09:02.
Atualizado em 05/09/2021 às 20:30
 (Juliana lima / Divulgação)

(Juliana lima / Divulgação)

As tribos do Parque Indígena do Xingu são um dos objetos retratados pela fotógrafa Juliana Lima, que procura transmitir ao público uma capacidade de reconhecer a si mesmo em diferentes povos e culturas por meio de imagens espontâneas de viés antropológico.

Além do Xingu, a artista mineira também conta em imagens idas e vindas pelos países asiáticos Mianmar, Tailândia, Indonésia e Camboja, dentro da exposição inédita “Beira Mundo - Fronteiras e Conexões”, que fica em cartaz neste fim de semana no Palácio das Mangabeiras, dentro da programação da 25ª edição da CasaCor Minas.

O acervo de 20 fotografias retrata, em sua maioria, a recente visita da fotógrafa mineira, em julho, ao Parque Nacional do Xingu, onde esteve em quatro aldeias durante dez dias. “Observei essa mudança desde a tribo Kaluene, que fica na porta de entrada do parque e já tem acesso a internet e a televisão, até a aldeia Matipu, com isolamento maior e mais preservados”, lembra Juliana Lima.

A artista destaca a importância da preservação desses povos e do aspecto ambiental da região do parque, no Mato Grosso, estado que decretou emergência ontem, em função do grande número de queimadas.

“Durante a viagem de carro até o parque, dá para notar que tudo em volta é formado por fazendas, a parte florestada ficou restrita à área do parque mesmo, e como a cabeceira do rio utilizado pelos indígenas fica fora, eles estão tendo problemas com a queda do número de peixes para a pesca”, relata ainda Juliana Lima. O projeto cai como uma luva sobre o tema

“Planeta Casa” da Casacor 2019. Dentro do valor da venda das 20 obras de Juliana, 10% será destinado às tribos indígenas do Xingu.

Com uma bagagem de quem já passou por mais de 40 países no mundo, com olhar em busca de momentos espontâneos desses povos, ela tem o trabalho pautado pela vivência com as culturas diferentes e a vivência que a experiência lhe permite. 

“Eu não gosto de ir para algum lugar com o projeto pronto, deixo fluir e a inspiração vem”, explica a fotógrafa, que dentre os recursos optou por uma lente que lhe permite capturar momentos genuínos das pessoas sem ser percebida, como a foto de um monge (ao lado), que também compõe a exposição e surpreende pela impressão de ter sido proposital. 

SERVIÇO
Exposição “Beira Mundo - Fronteiras e Conexões” 13 a 15 de setembro (15h às 22h) CasaCor Minas Palácio das Mangabeiras (Praça Efigênio de Sales, Mangabeiras) Ingressos: R$ 60 (inteira) / R$ 30 (meia)

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