Em “Infinito” (2013), a Fresno já tinha experimentado uma linguagem diferenciada, buscando uma maior unidade no conteúdo e uma instrumentação mais trabalhada. A aposta em um conceito e uma sonoridade mais elaborados ganha ainda mais força no recém-lançado “A Sinfonia de Tudo o Que Há”.
“Quando começamos a pensar em um novo disco, surgiu a vontade de fazer um disco mais conceitual, com começo, meio e fim, com um amarrado entre as músicas e não somente uma compilação de composições. Como se fosse um livro, com cenas de aventura, romance e um clímax no final”, afirma o vocalista Lucas Silveira, autor das 11 faixas do novo álbum.
De acordo com o músico, a banda decidiu romper com o que os músicos e os fãs esperam da Fresno. Fazer algo diferente do esperado em termos de sonoridade. Por isso, contaram com uma orquestra, comandada pelo maestro Lucas Lima, além da participação de Caetano Veloso na faixa “Hoje Sou Trovão”.
“Mesmo sendo independentes e tendo liberdade em nosso trabalho, é muito difícil que essa liberdade seja plena. De alguma maneira, acabamos governando o trabalho por vontades que não são somente artísticas. Nesse caso foi diferente. A força motriz do novo disco é vontade artística, a vontade de surpreender pessoas”, diz Lucas.
Limiar
Um tema permeia as músicas do álbum: o medo que todos têm do desconhecido, da aventura real que a vida pode ser, e a frustração frente ao fato de não conseguirmos controlar plenamente o nosso caminho.
"O disco conta a história de um homem no limiar entre um precipício e uma vida certinha e controlada, mas sem a significação que ele gostaria que tivesse”, explica Lucas Silveira, acrescentando que a importância da música para todos os seres humanos também é um tema levantado. “Tratamos ainda da força da canção, do poder que a música tem sobre o humor, de como ela pode trazer significado e memória para alguém”.
Por ser um projeto diferenciado, o show da Fresno foi transformado. Nas grandes cidades, a banda tem apresentado o disco na íntegra, como uma ópera-rock.