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“O diálogo dos capixabas com os mineiros sempre rendeu excelentes frutos”, afirma o diretor do Museu Vale, em Vila Velha, na Grande Vitória, Ronaldo Barbosa. Prova disso é que o museu recebe, a partir desta sexta-feira (22), a exposição “Códice – do Risco ao Risco”, que reúne obras de três mineiros.
A mostra, traçada a partir da ideia do desenho e da escrita, apresenta a relação gráfica existente no trabalho dos artistas Marco Tulio Resende e Thaïs Helt com as obras de Amilcar de Castro (1920-2002). “Nós fomos alunos de Amilcar, que era rigoroso na análise das questões plásticas como ponto, forma, volume e composição. Dessa maneira a exposição mostra duas gerações”, explica o belo-horizontino Marco Tulio, que utilizou a memória como eixo condutor de suas criações.
Preparada há um ano, a exposição é dividida em três galerias e traz cerca de 200 obras. Na parte dedicada à pintura, Marco Tulio expõe painéis de cinco metros, além de outras quatro telas.
Diálogo entre as galerias
A juiz-forana Thaïs Helt exibe litogravuras em técnica mista com desenho e imagens recortadas. “Produzimos livros e objetos que dão suporte poético às obras de Amilcar. Na exposição é possível perceber a individualidade de cada artista, mas conseguimos manter um diálogo entre as três galerias”, complementa Thaïs.
“O codice é o princípio dos livros, e nós trabalhamos a escrita nessa exposição juntamente com o ato de riscar e também arriscar no processo de criação”, explica, a artista, o nome da exposição.
Uma curiosidade é que a antiga estação Pedro Nolasco, que abriga o Museu Vale, em Vila Velha, tem como inscrição, na sua arquitetura, as palavras “Vitória a Minas”. O espaço foi inaugurado em 2000 por Amilcar de Castro juntamente a outros artistas mineiros. “Existe uma importância histórica entre os dois estados, e Minas está bem representada nessa exposição”, afirma Marco Tulio sobre a mostra que segue até 30 de agosto.