Garoto de 11 anos estreia como solista de orquestra

Paulo Henrique Silva
04/10/2019 às 19:22.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:05
 (LUCAS PRATES)

(LUCAS PRATES)

 Enzo Freitas busca o pai com os olhos, revelando um pouco de ansiedade ao falar com a equipe do Hoje em Dia. Natural para um garoto de apenas 11 anos que, neste sábado, fará a sua estreia como solista da Filarmônica de Minas Gerais, uma das mais importantes orquestras do país. Mas basta pedir para ele soltar a voz que qualquer traço de timidez vai embora. Num dos camarins da Sala Minas Gerais, palco da apresentação, minutos antes de fazer o ensaio ao lado da filarmônica regida por Fabio Mechetti, ele dá uma canja de sua parte num dos movimentos do “Salmos de Chichester”, de Bernstein. “Estou me preparando desde o início do ano para fazer esta apresentação. E o fato de ser em hebraico, deixa tudo mais complicado”, observa. “Gosto muito de canto lírico. Mas também tenho o meu estilo roqueiro, além de cantar um popzinho básico”, afirma o cantor, nascido em Nova Lima, que foi influenciado pelos gostos musicais dos pais – MPB (do pai) e heavy metal (mãe). “Gosto de Metallica e de Iron Maiden, minha banda preferida. Na MPB, Jota Quest e Skank. Mas não há disputa em casa”, garante. “Meus pais sempre me estimularam muito a cantar. Desde pequeno eu gosta e acabei entrando numa escola de música. E estou lá até hoje”, registra Freitas, que participou de corais infantis e aprendeu a tocar instrumentos como guitarra e bateria, além do tambor japonês taiko. Mechetti destaca que crianças como solistas não é uma situação comum, mas lembra que há composições que levam em consideração o timbre, a extensão e a cor que a voz infantil tem. “O ‘Salmos’ sugere que seja um menino, mas não exige, até porque hoje em dia é difícil encontrar uma criança no registro que está, além de carregar toda a responsabilidade”, explica. O maestro resolveu arriscar e, após uma indicação, chamou Freitas para uma audição. “Ele se mostrou capaz de fazer o segmento. O meu medo é que, nesta idade, ele mudasse de voz. Felizmente, não mudou. Está até mais afinadinho. Ele é um jovem que tem interesse em estudar voz seriamente, pois não é só chegar aqui e cantar. Tem que ter um entendimento de questões técnicas”. “Fora de Série – Música e Religiosidade” – Com a Filarmônica de Minas Gerais. Sábado, às 18h, na Sala Minas Gerais (Rua Tenente Brito Melo, 1090). Ingressos: de R$ 46 a R$ 120.

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