Em Congonhas, a festa da quitanda

Giulia Mendes - Hoje em Dia
24/05/2015 às 13:36.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:11
 (Ricardo Bastos)

(Ricardo Bastos)

“O jeito mineiro de fazê-los, como um ritual; o jeito mineiro de servi-los, como uma liturgia; o jeito de saboreá-los, como uma comunhão”, escreveu Guimarães Rosa. Certamente, ele se referia às famosas quitandas, receitas tradicionais, que passam de geração em geração e continuam sendo servidas nas mesas mineiras.   No dicionário, a palavra quitanda tem como definição comida apetitosa, quitute, mimo e delicadeza. No Festival de Quitandas, que acontece todo ano em Congonhas, a 80 quilômetros de BH, não é diferente. Quitanda é sinônimo de bolo, biscoito, broa, pão de queijo e tudo mais que acompanhar o cafezinho.   Dona Terezinha, que venceu o concurso de melhor quitanda do festival deste ano, no último final de semana, traduz bem a mineiridade na cozinha. Nascida e criada em Alto Maranhão, distrito de Congonhas, ela cozinha para os oito filhos e nove netos. E tem fôlego para participar da feira do produtor rural, aos sábados. “Comecei a fazer quitandas para vender com a ajuda de uma assistente da Emater. Hoje temos espaço próprio para cozinhar, chamamos o projeto de Resgate das Quitandeiras”.
O pão de milho com linguiça artesanal (veja receita abaixo) foi o quitute escolhido pelos jurados.   Em breve, o ofício das quitandeiras pode virar patrimônio imaterial. “Há dois anos, entramos com pedidos no Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha) e no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para tombar esse processo de produção de quitandas, que é uma tradição muito típica”, contou o presidente da Fundação Municipal de Cultura, Sérgio Reis. “Não podemos deixar a tradição das quitandas acabar”, reforçou a secretária Municipal de Cultura, Miriam Lúcia Palhares.  

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