Globe Theatre passa por 205 países com “Hamlet”

Vanessa Perroni - Hoje em Dia
03/12/2014 às 07:48.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:15
 (Bronwen Sharp/Divulgação)

(Bronwen Sharp/Divulgação)

“É chocante ver o quanto ‘Hamlet’ segue relevante e pertinente”, surpreende-se Tom Bird, produtor da prestigiada companhia inglesa Shakespeare’s Globe Theatre, que iniciou uma grandiosa jornada este ano intitulada “Globe to Globe Hamlet”. Trata-se de uma turnê que está dando uma volta completa no globo terrestre, em 730 dias, com uma versão contemporânea de “Hamlet”, clássico de William Shakespeare (1564-1616).    Belo Horizonte é a terceira cidade brasileira a receber a montagem, que já passou por São Paulo e Rio de Janeiro. Para otimizar a logística da produção, a palavra de ordem é mobilidade. “Tentamos usar o menor número possível de voos, e optamos por trens, navios e carros. Não teremos um caminhão para carregar um palco. A bagagem é o cenário que está em malas”, explica Bird.    Improvisação e criatividade não só na logística, mas também na montagem do espetáculo, uma vez que a companhia optou por uma versão enxuta da clássica tragédia conhecida pela célebre frase “ser ou não ser, eis a questão”.    Os tormentos do príncipe da Dinamarca são vividos por dois atores. Todos os outros personagens são encenados pelos demais integrantes do elenco, que somam 12 em cena e se revezam entre os papéis. Há casos de atores que chegam a fazer até três papéis diferentes ao longo da turnê. “As combinações mudam a cada sessão”, adianta o diretor artístico Dominic Dromgoole. Na visão do diretor, este exercício de revezamento tira o elenco da zona de conforto e possibilita um espetáculo novo a cada apresentação.    Dromgoole brinca que o desafio põe em prática uma das máximas do autor: “O mundo inteiro é um palco. E todos os homens e mulheres são meros atores”. A empreitada é um retorno à “natureza do teatro de Shakespeare”. Ele lembra que “Hamlet” começou sua peregrinação após cinco anos da conclusão da obra.   A dimensão global da jornada vai além das questões geográficas e está presente na composição do elenco multiétnico. O protagonista é partilhado pelo nigeriano Ladi Emeruwa e o inglês de origem paquistanesa Naeem Hayat. Ofélia é interpretada pela chinesa Jenniffer Leong, a inglesa Phoebe Fildes e pela londrina Amanda Wilkin.

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