(Divulgação)
O Globo de Ouro não costuma passar “mensagens” em suas indicações e premiações, mas a cerimônia que será realizada neste domingo (6), em Beverly Hills, terá espaço certo para críticas ao presidente americano Donald Trump e reforço sobre a luta dos direitos dos negros.
Concedido anualmente pela Associação de Correspondentes Estrangeiros em Los Angeles, o Globo de Ouro já foi considerado um termômetro para o Oscar, que acontecerá no mês que vem, e hoje tenta reocupar lugar de destaque com filmes que trazem temas polêmicos.
Produção com maior número de indicações (seis), “Vice” faz um retrato debochado de Dick Cheney, dono do segundo posto de comando no governo de George W. Bush, também vítima do humor do roteirista e diretor Adam Mckay, que já tinha feito piada da crise econômica de 2008 em “A Grande Aposta”.
Comparações entre Bush filho e Trump não deverão faltar, caso Christian Bale confirme o favoritismo e receba o troféu de melhor ator em comédia/musical. Para viver Cheney, Bale sofreu uma grande transformação física, o que, geralmente, é garantia de nomeações e troféus.Divulgação
"Bohemian Rhapsody" foi sucesso de público e crítica
Questão racial
Como no Oscar, que tem se empenhado para reverter a imagem de Academia dominada por homens brancos conservadores, o Globo de Ouro deste ano pôs holofotes em quatro produções que tratam da questão racial – “Infiltrado na Klan”, de Spike Lee, “Pantera Negra”, de Ryan Coogler, “Se a Rua Beale Falasse”, de Barry Jenkins, e “Green Book: o Guia”, de Peter Farrelly.
Jenkins, por sinal, ganhou o Globo de Ouro de melhor filme de drama há dois anos, com “Moonlight: Sob a Luz do Luar”. Já Lee, nunca recebeu o prêmio – a última indicação ocorreu há exatamente 30 anos, com “Faça a Coisa Certa”. Um dos dois deve levar o troféu dos correspondentes estrangeiros para casa.
Streaming
Ainda no campo das controvérsias, o Globo de Ouro teve que capitular à entrada da Netflix na produção de filmes dirigidos por nomes consagrados. O impacto do mexicano “Roma”, de Alfonso Cuarón, presente em várias listas de melhores do ano, se fez notar nas categorias de longa estrangeiro e direção.
A premiação, é bom lembrar, também envolve a produção da TV americana. Mas o streaming, mais uma vez, se meteu num terreno sempre dominado por redes como ABC, CBS, CW, FOX HBO, NBC e Showtime.
A Netflix, que desde 2017 é o maior produtor de séries originais, a Amazon e a Hulu (não disponível no Brasil) viram o seu domínio se ampliar nas indicações deste ano.
Entre os concorrentes do streaming estão “Homecoming”, que tem Julia Roberts, indicada, no elenco. “Segurança em Jogo”, “Killing Eve”. “A Maravilhosa Sra. Maisel” e “O Método Kominsky”.Divulgação
Concorrente com o maior número de indicações (seis), o filme de Adam Mckay, "Vice", tem o irreconhecível Christian Bale na pele do vice-presidente americano Dick Cheney
Música, por favor
À parte as controvérsias, o Globo de Ouro também confirma a tendência musical que tomou conta dos cinemas em 2018, com os sucessos de “Bohemian Raphsody”, sobre o grupo inglês Queen, e “Nasce uma Estrela”, refilmagem com Lady Gaga no papel de cantora ascendente ajudada por um ídolo beberrão. Gaga está entre as indicadas e pode levar a estatueta – como a também cantora Barbra Streisand em 1976, protagonista da segunda versão.Editoria de Arte
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