Godard, cineasta-inventor,ganha exposição e mostra no Rio

Miguel Anunciação - Hoje em Dia
13/05/2013 às 13:54.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:38

Uma imagem de grandes proporções de “Acossado”/A Bout de Souffle’1960, filme de estreia da vasta filmografia de Jean-Luc Godard, atrai atenções no saguão do Oi Futuro Flamengo, no Rio de Janeiro. Uma imagem emblemática de um filme-fetiche - com Jean Seberg e Jean-Paul Belmondo, ainda bastante jovens, em primeiro plano -, daquele que talvez seja o mais original de todos os realizadores da história do cinema.

Aos 83 anos, o multiartista franco-suíço é motivo de homenagens: até 7/7, o ciclo “Expo(r) Godard - Viagens em Utopia” programa uma exposição, a exibição de nove dos seus filmes e de três filmes que ele influenciou, oito palestras e três performances. Nenhum cobra ingresso.

Sob a curadoria do francês Dominique Païni, ensaísta e crítico de arte, ex-diretor da Cinemateca Francesa e colaborador do Centro George Pompidou, a exposição ocupa três pisos do Oi Futuro. É apontada como “a mais importante até hoje sobre Godard na América Latina”. Sem dúvidas, é a mais abrangente já realizada no Brasil. Reúne material que contempla tanto o Godard cineasta, como o escritor e o artista plástico. Também insinua o polemista, o provocador, o inconformado. O “artista integral” por excelência, o que jamais se furtou a propor o que jamais será patente, previsível.

Há de um tudo na exposição. Desde um documento raro (a maquete que Godard realizou para uma exposição no College de France, nunca realizada); a reproduções do que ele articula com papel, cola e tesoura (afinal, quase tudo, até seus filmes começam assim, esboçados como colagens); sua caligrafia peculiar, que rabisca todas as suas obras; e imagens de filmes e do artista ilustram o tampo das mesas da lanchonete do Oi Futuro.

Prevista para demandar do visitante duração equivalente a de um filme de Godard, a exposição pode ser basicamente antecipada assim. No primeiro andar, o tema seria ele mesmo, sua produção no ateliê que ocupa na Suíça há 30 anos. No segundo, o material remete à historia da arte e do cinema, na maioria das vezes materializadas em colagens. E no terceiro andar, a síntese dos dois anteriores. Vale a pena ir ao Rio conferir.

O Hoje em Dia foi convocado a presenciar a sessão exclusiva para convidados, para a mídia nacional e personalidades de diversas áreas, na véspera da abertura oficial da exposição, dia 7 passado. Uma porção de operários dava os últimos retoques no ambiente antes de os convidados chegarem. Por lá estiveram o poeta Antônio Cícero e o cineasta mineiro Neville D’Almeida. Embora tenha garantido presença, Caetano Veloso não compareceu. O cantor e compositor baiano é fã confesso de Glauber e de Godard.


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